Policial – 16/02/2012 – 16:02
Ana Lúcia Assad, advogada de defesa de Lindemberg Alves – acusado de matar Eloá Pimentel – expôs aos jurados que o réu “é a bola da vez, o bode expiatório. Isso acontece só porque ele é pobre”. A declaração foi dada nesta quinta-feira, no Fórum de Santo André, no quarto dia de julgamento do caso.
De acordo com a fala da advogada, a culpa pelos possíveis erros da polícia, imprensa e perícia é depositada em Lindemberg. Ela também disse: “Não podemos dar essa conta toda para o Lindemberg pagar. Isso não é justiça”.
Hoje é provavelmente último dia de julgamento. A promotora Daniela Hashimoto disse que Lindemberg odiava Eloá e invadiu o apartamento com a intenção de matá-la.
Neste momento a sessão foi interrompida para almoço. Se a acusação pedir réplica e a defesa, tréplica, há mais 1h para cada um argumentar. Caso isso não ocorra, os jurados irão para a Sala Secreta.
O caso
A morte de Eloá ocorreu em 15 de outubro de 2008, em Santo André. Quatro dias antes, ela e mais três pessoas – Nayara e mais dois amigos – foram sequestradas por Lindemberg.
Após algumas horas de negociação com a polícia, Lindemberg libertou os dois jovens e, mais tarde, soltou Nayara. Ela, no entanto, acabou retornando para ajudar a amiga.
O sequestro se arrastou por cerca de cem horas e terminou quando a polícia invadiu o prédio. Eloá e Nayara foram baleadas, mas somente a segunda sobreviveu aos ferimentos.
Lindemberg responde por homicídio qualificado, tentativa de homicídio, cárcere privado e disparo por arma de fogo. Ao todo 19 testemunhas devem ser ouvidas, sendo cinco da acusação e 14 de defesa.
Um dos amigos da vítima afirmou que teria recebido ameaças de morte de Lindemberg, quatro dias antes do sequestro no apartamento de Eloá. Segundo o jovem e outro amigo, as ações do réu, transtornado com o fim do relacionamento com a garota, teriam sido motivadas por ciúmes.
Fonte: Band