Em entrevista à Caçula FM nesta sexta-feira, 31, Mauro Lúcio Rosário também demonstrou preocupação com os casos de dengue tipo 3, registrados em Três Lagoas.
O sorotipo 3 da dengue voltou a circular em Mato Grosso do Sul, gerando preocupação entre autoridades de saúde. Em entrevista ao programa A Hora da Notícia, da Caçula FM 96.9, nesta sexta-feira, 31, o coordenador de Vetores da Secretaria Estadual de Saúde, Mauro Lúcio Rosário, destacou a gravidade da situação, alertando para o risco de uma nova epidemia e reforçando a importância da vacinação.
O município de Três Lagoas já registrou três casos confirmados da dengue tipo 3. Segundo Mauro, essa reintrodução do vírus coloca em risco toda a população de 0 a 16 anos – que nunca teve contato com esse sorotipo – além de adultos que não desenvolveram imunidade ao longo dos anos. “Se todas as pessoas entenderem que a vacina é essencial neste momento, podemos criar uma barreira epidemiológica e impedir o avanço da doença”, ressaltou o coordenador.
Segundo Mauro, Mato Grosso do Sul já ultrapassou mil casos prováveis de dengue apenas no início de 2025, sendo 253 confirmados. O aumento significativo, aliado às condições climáticas do verão e das chuvas, reforça a necessidade de intensificar o combate ao mosquito Aedes aegypti.
A Secretaria de Saúde já acionou os 79 municípios do estado, com reuniões técnicas e visitas presenciais em cidades com índices alarmantes. Uma força-tarefa está em andamento em 28 municípios prioritários, visando a eliminação de focos do mosquito. “Estamos atuando junto aos municípios para conter o avanço da doença. Mato Grosso do Sul é referência no controle de vetores, mas a população precisa fazer a sua parte, mantendo os quintais limpos e permitindo a entrada dos agentes de saúde”, enfatizou Mauro.
Além da dengue, a chikungunya também preocupa as autoridades sanitárias, já que ambas as doenças são transmitidas pelo Aedes aegypti. O último Levantamento Rápido de Índices para Aedes aegypti (LIRAa) apontou que seis municípios do estado estão em situação de alto risco de infestação. “Quando temos muito mosquito, maior é a possibilidade de circulação do vírus e, consequentemente, mais pessoas podem adoecer e até mesmo morrer”, alertou Mauro.
O coordenador também destacou que mais de 80% dos focos do mosquito estão dentro das residências. A falta de colaboração de parte da população, que impede o acesso dos agentes de saúde às casas, é um dos principais desafios no combate à dengue. “Podemos ter 10 ou 20 agentes em cada casa, mas se o morador não fizer a sua parte, nada adiantará”, reforçou.
O período de chuvas aumenta ainda mais a preocupação das autoridades, pois favorece a proliferação do mosquito. Mauro ressaltou que pequenos recipientes, como tampinhas de garrafa, vasos de plantas, calhas entupidas e ralos, podem se tornar criadouros do Aedes aegypti e causar surtos locais.
A recomendação da Secretaria de Saúde é que a população adote hábitos preventivos, eliminando água parada, permitindo a entrada dos agentes de saúde e, principalmente, aderindo à vacinação. “É um momento de alerta, mas se cada um fizer sua parte, podemos evitar uma nova epidemia no estado”, concluiu Mauro Lúcio Rosário.