Em entrevista nesta quinta-feira, 12, Alcides Ferreira reforçou que paciente possuía o sorotipo tipo 2 da doença, onde os primeiros cuidados foram tomados após o registro da morte.
A primeira morte por dengue em Três Lagoas neste ano de 2024 foi confirmada e trouxe à tona a necessidade de reforçar os cuidados contra o Aedes aegypti, mesmo em um ano considerado estável em relação à doença. A vítima, uma moradora do bairro Santa Rita, faleceu poucas horas após ser hospitalizada, em um caso raro e inesperado, conforme detalhou Alcides Ferreira, coordenador do Setor de Endemias da Secretaria Municipal de Saúde, em entrevista exclusiva ao “A Hora da Notícia” da Rádio Caçula nesta quinta-feira, 12.
“Embora tenhamos registrado mais de 12 mil notificações, apenas 144 casos foram confirmados, o que indica um ano tranquilo. Porém, esse caso nos surpreendeu pela gravidade e rapidez. A paciente, sem comorbidades conhecidas, apresentou sintomas no dia 30, foi internada no dia 2 e veio a óbito no mesmo dia”, explicou Alcides.
A análise confirmou que a paciente foi infectada pelo sorotipo 2 do vírus da dengue, que circula na cidade juntamente com o sorotipo 1. Embora ambos os tipos tenham sido registrados em proporções semelhantes, sem agravamentos até então, a morte acendeu um sinal de alerta.
Após a confirmação do óbito, a Vigilância Epidemiológica realizou ações emergenciais, incluindo o bloqueio químico e a eliminação de criadouros em um raio de 300 metros nas áreas onde a vítima residia e trabalhava. “Nossa equipe visitou cerca de nove quarteirões para evitar a transmissão para outras pessoas”, destacou o coordenador.
Apesar do caso isolado, Alcides alerta para o aumento do índice de infestação predial do mosquito Aedes aegypti, impulsionado pelas recentes chuvas. Segundo ele, 78,6% dos focos do mosquito são encontrados em residências, o que preocupa especialmente com a chegada do período de festas e viagens.
“Aqueles que planejam viajar devem verificar e eliminar qualquer possível foco de água parada em suas casas. Assim, evitam surpresas ao retornar, protegendo tanto suas famílias quanto seus vizinhos”, aconselhou.
Em meio a esse cenário, a Secretaria de Saúde intensificou as ações da Semana do Dia D, com visitas a escolas, órgãos públicos e feiras municipais para orientação e vistoria de possíveis criadouros. Uma grande mobilização na área central está marcada para o próximo dia 17, com foco na conscientização de pedestres, motoristas e comerciantes. Alcides também destacou o uso das ovitrampas, armadilhas que monitoram a presença de ovos do mosquito na cidade. “São 353 armadilhas espalhadas estrategicamente. Esses dados nos ajudam a tomar decisões e concentrar esforços em bairros mais afetados”, explicou.
Com a estabilidade relativa nos números de casos confirmados, o coordenador reforça que o momento é de atenção e não de pânico. A colaboração da população continua sendo essencial para evitar novas tragédias e garantir que o município finalize o ano com segurança em relação às arboviroses.