Esse é o maior valor da série histórica desde 1995
27/05/2020 14h01
Por: Patrícia Fernandes com informações da Agência Brasil
BRASÍLIA (DF) – O Banco Central, informou nesta manhã desta terça-feira (26), que as contas externas registraram saldo positivo pelo segundo mês consecutivo, no mês de abril o superávit em transações correntes, que são as compras e vendas de mercadorias e serviços de transferências de renda do Brasil com outros países chegou a US$3,840 bilhões, sendo esse o maior valor da série histórica mensal que teve início em janeiro de 1995.
Em abril do ano passado, o déficit foi de US$1,910 bilhão. “Na comparação com o déficit de US$1,9 bilhão, contribuiu principalmente nos recuos do déficit de renda primaria, ou seja, os lucros e dividendos, pagamentos de juros e salário, de US$ 2,3 bilhões e usados em serviços foram US$ 2,1 bilhões, além da elevação do superávit da balança comercial, de US$ 1,3 bilhão”, informou o Banco Central, ao comparar os resultados de abril desde ano com o ano passado.
O déficit em transações correntes do primeiro quadrimestre de 2020, somou em seu total US$11,877 bilhões e recuo de 29,9% em relação aos US$ 16,953 bilhões que foram registrados de janeiro a abril do ano passado. O déficit em transações nos 12 meses que se encerrou em abril de 2020 chegou a somar US$ 44,4 bilhões, correspondente a 2,61% do Produto Interno Bruto (PIB) que é a soma de todos os bens e serviços produzidos pelo país).
BALANÇA COMERCIAL
As exportações de bens totalizaram US$ 18,359 bilhões em abril e as importações foram de US$ 11,923 bilhões, resultando no superávit comercial de US$ 6,437 bilhões, contra US$ 5,125 bilhões igual ao mês anterior. Entre os meses de janeiro até abril, o superávit comercial chegou a US$ 9,626 bilhões e no mesmo período do ano passado somou US$ 12,681 bilhões.
SERVIÇOS
O déficit é relacionado aos serviços de viagens internacionais, transporte, aluguel de equipamentos, entre outros, chegou a atingir US$ 1,208 bilhão em abril e no mesmo período em 2019 atingiu US$ 3,296 bilhões. Nestes quatros primeiros meses do ano de 2020 o saldo negativo registrou US$ 8,063 milhões e já no ano passado registrou US$ 10,839 bilhões.
VIAGENS INTERNACIONAIS
A maior contribuição de retratação vem a partir da redução de 91,2% nas despesas liquidas que são descontadas das receitas de viagens, que totalizaram o valor de US$ 90 milhões em abril deste ano, já em 2019 foi registrado US$ 1,021 bilhão, devido a circulação por causa da pandemia, o resultado das contas acabaram sendo afetados.
Apenas no mês de abril, as receitas de estrangeiros em viagem para o Brasil, chegaram à US$ 113 bilhões, com recuo de 76% em relação ao mesmo período em 2019, enquanto as despesas dos brasileiros no exterior ficaram em US$ 612 milhões, tendo uma queda de 86,4% na mesma comparação.
Segundo o chefe do Departamento de Estatísticas do Banco Central, Fernando Rocha, a redução do número de voos e a alta do dólar, foram os aspectos responsáveis pelo impacto na conta de viagens.
Até a última quinta-feira (21), a conta de viagens gerou US$98 milhões em receitas e US$ 177 milhões em despesas, fechando com o déficit de US$ 79 milhões.
RENDAS
No mês de abril a renda primária, que são os lucro e dividendos, pagamentos de juros e salários, chegaram a US$ 1,557 bilhão, contra US$ 3,864 bilhão igual ao período de 2019, tendo no primeiro quadrimestre o saldo negativo ficando em US$ 13,871 bilhões, contra US$19,110 bilhões no ano passado.
Já a conta de renda secundária que se trata da geração de uma economia que é distribuída para outra, como doações e remessas de dólares, sem contrapartida de serviços ou bens, tiveram resultado positivo de US$ 168 milhões, contra US$ 125 milhões em 2019.
INVESTIMENTOS
Os ingressos líquidos em investimentos diretos nos país (IDP) somaram US$ 234 milhões no mês de abril contra US$ 5,107 em 2019, este foi o menor resultado desde julho de 2016, quando houve a queda de US$ 103 milhões.
A percepção do Banco Central foi sobre um adiamento dos investimentos diretos no mês de abril e não um cancelamento, algumas empresas estão optando por manter seus recursos disponíveis, por causa da crise causada pela pandemia, que ainda gera incertezas.
No primeiro quadrimestre deste ano, houve a saída liquida de US$ 31,448 bilhões nesse tipo de investimento, contra a entrada liquida sem maior que a saída que foi de US$ 9,962 bilhões.
PREVISÕES
O Banco Central espera que as contas externas continuem a apresentar saldo positivo em maio, que este mês a estimativa para o resultado das transações correntes é de superávit de US$ 3,1 bilhões, enquanto a de IDP é de ingressos líquidos de US$ 1,5 bilhão.