Misto – 18/01/2012 – 10:01
O Santos conquistou a Copa Libertadores do ano passado sem nenhum jogador estrangeiro em seu elenco, “quebrando um padrão”. Até então, desde 2003, quando o próprio Alvinegro perdeu a final para o Boca Juniors, todos os clubes brasileiros contaram com os “reforços dos vizinhos” para chegarem às decisões da competição. Para esta temporada, porém, o Peixe voltará a contar com gringos, agora em busca do tetracampeonato. E serão dois: o colombiano Rentería, contratado no segundo semestre do ano passado, e o uruguaio Fucile, emprestado pelo Porto-POR nesta terça-feira.
Fucile é ambidestro – jogou a Copa do Mundo pela esquerda, mas atuava na direita do Porto. Caberá ao técnico Muricy Ramalho decidir onde escalá-lo. O lateral é o 12º uruguaio da história do Peixe. Os outros foram: César Pereyra (meia, 1988 e 89), Hugo De Leon (zagueiro, 1986 e 87), Emetério (volante, 1944), Fierro (meia, 1944), Herrera (atacante, 1935), Martirema (meia, 1952), Miraglia (atacante, 1989), Rodolfo Rodríguez (goleiro 1984 a 1988), Arturo Sainz (atacante, 1988), Santín (meia, 1986), Vega (atacante, 1942 e 43).
Já Rentería deve ser opção no banco de reservas durante a Libertadores, mas estará entre os jogadores que iniciam o Campeonato Paulista. O colombiano chegou ao Santos logo depois do título continental e foi muito utilizado por Muricy durante a disputa do Brasileirão, quando o técnico poupou seus melhores jogadores para o Mundial de Clubes da Fifa.
Além de Fucile e Rentería, o Santos conta com o jovem Breitner, que é nascido na Venezuela, mas vive desde criança no Brasil. Ele, porém, tem chances pequenas de ser inscrito na Libertadores – prova disso é ter ficado no time reserva durante o jogo-treino desta terça-feira, contra o Guarani de Divinópolis-MG, que contou apenas com os jogadores que não atuaram durante maior parte do ano passado.
Os brasileiros finalistas desde 2003
Com exceção do Santos de 2011, todos os times brasileiros que chegaram às finais da Libertadores tinham pelo menos um estrangeiro no elenco. O São Paulo de 2005 e 2006 contou com o zagueiro uruguaio Diego Lugano. O Inter, campeão de 2006, tinha Rentería. Em 2007, o Grêmio, batido pelo Boca, contava com os argentinos Sebastián Saja e Rolando Schiavi, e com o paraguaio Diego Gavilán. No ano seguinte o Fluminense chegou à final com o argentino Dario Conca. No Cruzeiro, finalista de 2009, o argentino e ídolo da torcida Sorín estava entre os inscritos e, em 2010, o Inter foi reforçado pelos argentinos D’ Alessandro, Abbondanzieri e Guiñazu, além do uruguaio Sorondo.
Na Libertadores de 2008, com a esperança de conquistar o tricampeonato, o Peixe resolveu apostar em um pacotão de estrangeiros: vieram o meia colombiano Molina e os atacantes Quiñonez (Equador), Sebastián Pinto (Chile) e Mariano Trípodi (Argentina). A tentativa não deu certo e o clube caiu nas quartas de final.
Uma boa?
A chegada de mais um estrangeiro – o 73º da história – traz uma pergunta para a torcida: será que esse emplaca? Os últimos jogadores de fora do país contratados pelo Peixe não trazem boas recordações para os alvinegros. De 2000 para cá, foram 14 gringos contratados. Poucos se destacaram a ponto de cair nas graças dos torcedores: Rincón, Maldonado e Molina são algumas exceções. A maioria, porém, não deixou saudade – Henao, Mariano Tripodi, Bolaños, Cuevas, entre outros.
Há casos de estrangeiros que se tornaram folclóricos, já que não acrescentaram nada e ainda criaram problemas. Os atacantes De Nigris (México) e Usuriaga (Colômbia), além de não terem emplacado, ainda causaram transtornos, pois o clube quase perdeu pontos por causa de irregularidade nas documentações dos atletas.
Outros, porém, se tornaram ídolos. O zagueiro Ramos Delgado e o goleiro Cejas, ambos argentinos, estão entre os melhores jogadores de suas posições que já defenderam o Santos. O uruguaio Rodolfo Rodríguez, goleiro e capitão santista entre 1984 e 1988, é uma das principais referências santistas após a Era Pelé.
Outros estrangeiros
O país estrangeiro que mais cedeu jogadores para o Santos é a Argentina: foram 22 os “hermanos” santistas. O Peixe também já teve atletas de lugares sem a mínima tradição no futebol, como Zimbábue (Kennedy, meia que passou pela Vila entre 95 e 96) e Líbano (Amendoim, zagueiro que disputou apenas um jogo, em 1930).
Fonte: G1