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Collor e PT são criticados por defender convocação de jornalista

Política – 17/05/2012 – 14:05

Defensores da aprovação de um requerimento que pede a convocação do jornalista Policarpo Júnior, diretor da revista Veja em Brasília, o senador Fernando Collor (PTB-AL) e o PT foram alvos de uma saraivada de críticas na sessão desta quinta-feira da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) mista do Cachoeira.

Collor justificou seu requerimento pelo fato de Cachoeira e Policarpo conviverem há mais de dez anos e de a publicação ter utilizado Cachoeira “para obter informações e lhe prestar favores de toda ordem”. De acordo com o senador, “é fundamental para saber até onde foi ou vai essa coabitação criminosa entre esse jornalista e o criminoso Carlos Cachoeira”.

O senador tem uma rixa antiga com a revista Veja. Há exatos 20 anos, a publicação deu início ao processo de derrocada de Collor ao estampar na capa uma entrevista com o irmão do então presidente da República, Pedro Collor, na qual ele revelou detalhes do esquema de corrupção do governo.

O deputado Miro Teixeira (PDT-RJ) foi o primeiro a se pronunciar contra o pedido. Em um discurso moderado, Miro defendeu a liberdade de imprensa e lembrou trechos do depoimento dos delegados da Polícia Federal que, segundo o deputado, inocentaram o jornalista.

“Perguntei objetivamente aos delegados se houve crime de Policarpo e a resposta foi peremptória: não houve. A função do jornalista é investigar. Ele tem o dever de investigar e ninguém pode saber de detalhes conversando com a Madre Teresa de Calcutá. Ele conversa, sim, a exemplo do policial, com pessoas próximas ao crime, senão não obtém as informações. Há um caráter claramente persecutório nesse pedido”, defendeu Miro.

Os ataques mais incisivos partiram dos senadores Álvaro Dias (PSDB-PR) e Pedro Taques (PDT-MT). Dias classificou o requerimento de Collor como “uma afronta à legislação do país” e “uma indignidade ao trabalho de um jornalista que apenas cumpriu seu dever”.

Taques foi além e acusou Collor de estar colocando a CPI a serviço de uma revanche pessoal. “Ele diz no requerimento ‘que pincemos’. Pinça é um instrumento que separa algo do todo. É algo que se revela absolutamente revanchista. Não podemos fazer desse requerimento uma farsa. Enquanto aqui deveríamos convocar governadores de Estado, estamos fazendo dessa CPI um instrumento de vingança contra a imprensa. CPI é um instrumento sério, não de vingança de parlamentares a órgãos de imprensa. Jornalista pode ser criminoso? Pode. Como senador também pode ser criminoso”, atacou o pedetista.

A bancada do PT na CPI ainda tentou defender o requerimento. O senador Humberto Costa (PT-PE) e os deputados Paulo Teixeira (PT-SP) e Odair Cunha (PT-MG), este último relator da comissão, defenderam a convocação de Policarpo como alvo da investigação, uma vez que ele aparece nas interceptações telefônicas da Polícia Federal em conversas com Cachoeira.

“A nenhum político é lícito cometer crimes. Nenhuma profissão pode cometer crimes. O que estamos fazendo aqui é investigando aqueles que se relacionaram permanentemente com um criminoso. Esse jornalista teve uma relação de dez anos com Cachoeira”, justificou Teixeira.

Para o deputado Silvio Costa (PTB-PE), Sob orientação do ex-presidente Lula, o PT tem tentado atingir a revista Veja com os trabalhos da CPI sob pretexto de desmontar acusações que pairaram sob o governo anterior, como o mensalão.

“Qual foi o mal que a revista Veja fez ao povo brasileiro? Quero saber se realmente o mensalão era uma mentira. Se aquela matéria do Ministério dos Transportes era uma mentira. Não eram porque tem muita gente complicada. Passamos 20 anos nesse país com a imprensa calada, com os censores dizendo isso pode sair e isso não pode sair. O PT lutou pela democracia nesse país e não pode negar sua história. O PT precisa fazer uma autocrítica, precisa colocar a razão à frente do coração”, bradou o deputado.

Ao final do debate, o requerimento foi declarado prejudicado. Isso porque havia outro que pedia o material bruto coletado nas operações, como áudio e vídeo. Com o material em mãos, os integrantes da comissão vão analisar melhor as conversas entre Policarpo e Cachoeira.

Fonte: Terra

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