Consumidores brasileiros têm expressado insatisfação com a qualidade e os preços do chocolate industrializado, especialmente durante a Páscoa. Reclamações sobre sabor e alto custo se espalham nas redes sociais, com destaque para produtos que, na percepção do público, perderam a qualidade, sendo descritos como “pura gordura e açúcar”.
Especialistas apontam que isso é reflexo da redução da qualidade do cacau e mudanças nas fórmulas para reduzir custos. O preço do cacau, que quadruplicou nos últimos dois anos devido a quebras de safra e questões climáticas, também impacta a produção. Além disso, a recente alteração no Choco Biscuit, que deixou de ter chocolate de verdade, gerou críticas nas redes sociais.
A engenheira de alimentos Luciana Monteiro confirma que a qualidade do chocolate realmente piorou, devido à crise da produção de cacau e à redução da qualidade da matéria-prima. A substituição da manteiga de cacau por gorduras vegetais mais baratas também contribui para o sabor inferior. Além disso, a regulamentação brasileira de 2005 permitiu o uso de apenas 25% de cacau em produtos rotulados como chocolate.
Apesar da queda na qualidade dos chocolates industrializados, há um aumento na oferta de chocolates premium no Brasil, como os produzidos no modelo “bean to bar”, que garantem melhor qualidade e mais sustentabilidade.
A indústria de chocolates, por sua vez, defende que as mudanças visam equilibrar qualidade e acessibilidade. No entanto, as preocupações com a transparência nos rótulos e a crescente substituição de ingredientes indicam que o consumidor precisa estar mais atento à composição dos produtos.
Com informações Correio Braziliense