Com 2355 focos ativos de incêndio registrados no primeiro trimestre de 2022, o centro-oeste lidera a estatísticas nacionais por região, com maior índice de focos ativos de incêndio entre as macrorregiões do país.
Conforme os dados registrados pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), o centro-oeste é seguido pela região norte (1415), nordeste (1275), sul (718) e sudeste (717).
Entre os estados listados, Mato Grosso encabeça a lista com 1571 focos, seguido por Mato Grosso do Sul (493), Goiás (285) e Distrito Federal (6).
Hoje (1), o Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae), realizou o “1.º Fórum Fogo e Desenvolvimento Sustentável Pantanal”, com estratégias para mitigar, prevenir e combater os incêndios no estado e na região pantaneira de Mato Grosso do Sul.
De acordo com o Coronel do Corpo de Bombeiros de Mato Grosso do Sul, Waldemir Moreira Júnior, presente no evento, a pasta estadual realiza o monitoramento dos focos ativos de incêndio por meio do Plano Estadual de Manejo Integrado do Fogo (Pemif).
“O Pemif propõe várias ações de mitigação do fogo, bem como trabalhos de preparação, prevenção, resposta e responsabilização das áreas queimadas”. Questionado sobre os focos de incêndio no estado, o coronel falou que “os indicadores são provenientes de queimadas autorizadas pelo Instituto de Meio Ambiente de Mato Grosso do Sul (Imasul).
Segundo o coronel, o Pemif montou uma sala de informações sobre o fogo da região local para compilar e verificar focos e indicadores de incêndio, queimadas autorizadas ou desautorizadas, além de sinalizar os focos para os produtores rurais de Mato Grosso do Sul.
“Orientamos os proprietários da região pantaneira sobre como utilizar o fogo a nosso favor, para podermos produzir queimas prescritas e controladas neste primeiro semestre, e evitar grandes incêndios no período mais crítico entre agosto e novembro.”, finalizou o coronel.
Historicamente, o período da seca, registra um aumento significativo dos casos diários de incêndio no país. Dos 38.176 registros do último ano, 56,27% (21,485) ocorreram entre agosto e setembro da última temporada.
O período registra aumento de 233 focos a mais do que o mesmo período de 2021, e um acréscimo de 9,89% em relação ao primeiro trimestre de 2021, ano com 38.176 focos de incêndio.
Além do coronel, o diretor de operações do Sebrae MS, Tito Estanqueiro, e Fabiana Alves, diretora do departamento de produção sustentável e irrigação do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), falaram.
“As atividades são uma ação do Plano ABC – agricultura de baixa emissão de carbono-, do observatório da agropecuária, disposto no ministério, que sinaliza quais as tecnologias serão adotadas em cada unidade federativa do país”, disse Fabiana Alves.
De acordo com Alves, até 2030, serão oito tecnologias mitigadoras e adaptadoras de auxílio aos produtores, além de fomento, assistência técnica, pesquisa, desenvolvimento, inovação e comunicação. “Recuperação de pastagens degradadas, florestas renovadas, plantio direto, manejo de resíduos de produção agropecuária, além de outras tecnologias a serem implantadas conforme as necessidades de cada região”, pontuou a diretora.
Tito Estanqueiro, disse que o papel do Sebrae é ligar os produtores àqueles que trabalham em cada região (Marinha, Corpo de Bombeiros, e capacitar os produtores para anteciparem os impactos, sentidos no ano passado.
“Capacitamos mais de 300 pessoas para conhecerem de forma básica e essencial os processos de trabalho para não sofrermos impactos como em 2021”, disse Estanqueiro em evento com outros diretores estaduais e municipais.
Neste ano, a macrorregião do centro-oeste fica atrás somente da Amazônia Legal, que no mesmo período registrou 3.180 focos de incêndio.
Em 2021, a média mensal registrada foi de 3.181 focos incendiários. Os números do último ano foram os menores desde 2018, ano com 23.610 casos.
Serviço
Em parceria com o Ministério Público do Estado de Mato Grosso do Sul, por meio do sistema Pantanal em Alerta, os bombeiros estaduais, emitem, a cada duas horas, comunicados aos proprietários rurais cadastrados na plataforma, possíveis focos de calor e incêndio próximo às suas regiões.
De acordo com Waldemir Moreira, a ação conta com a parceria da Polícia Federal (PF) e banco de dados do Imasul.
Informações do site Correio do Estado