Em agosto de 1924, uma rebelião eclodiu em São Paulo, marcada pela Revolta Paulista, também conhecida como a “Revolução Esquecida”. Tenentes e soldados dos quartéis rebelaram-se contra o governo com o objetivo de modificar o cenário político restrito da época.
No entanto, os soldados logo se viram sem condições adequadas – faltavam-lhes armas e munições – para continuar a luta. Aproximadamente 3 mil deles decidiram então fugir para Bauru, utilizando a estrada de ferro. Ao chegarem ao interior paulista, souberam que o exército legalista se concentrava em Três Lagoas e se dirigiram para lá, que na época fazia parte do Mato Grosso.
Ao chegarem à cidade, foram surpreendidos por tropas governamentais na região do Horto da Moeda, onde atualmente está localizada a fábrica de celulose Fibria. Muitos soldados morreram, e José Carvalho de Lima, um dos combatentes, foi ferido. Ele caminhou por uma longa distância antes de ser encontrado morto. Alguém o enterrou, mas seus documentos jamais foram encontrados. No local do sepultamento, deixaram seu nome, e a população da época, por motivos desconhecidos, passou a fazer oferendas ao soldado, acreditando que ele era um santo milagroso.
No final da década de 1990 e início dos anos 2000, centenas de pessoas deixavam muletas e cadeiras de rodas no local, crendo que haviam sido curadas por ele. Essa prática continua até hoje, embora de forma mais moderada, sendo mais comum ver flores no túmulo do soldado. O local foi reformado em homenagem àqueles que acreditam na santidade de José Carvalho de Lima.