Por Robson Trevisan
Dorival Caymmi já dizia que quem vai à Bahia, não quer voltar1. E não era só o poeta, cantor e compositor soteropolitano que amava o seu estado.
O carioca Vinícius de Moraes, que cantou em seus versos que o “samba nasceu lá na Bahia e era negro no coração”, até se casou com uma baiana2.
E seja na ladeira do Pelourinho ou nas ruas dos arredores do Farol da Barra, o ziriguidum realmente “contamina” quem vai de todos os lugares do país, e até do mundo, para curtir o carnaval na capital da Bahia.
Emerson Paulo Barbosa é um deles. O três-lagoense completa, esse ano, doze carnavais passados – e muito bem “pulados” – em Salvador.
“Já participei de vários blocos como Eva, Vale, Crocodilo e Coruja mas o que gosto mesmo, hoje, é da pipoca. É o melhor lugar”, comentou.
Fã incondicional de Daniela Mercury e Ivete Sangalo, já perdeu as contas de quantos shows assistiu. E dançou, muito. “Mas também sou fã de Araketu, Bell Marques, Margareth Menezes e banda Eva”, ressaltou Barbosa que começou cedo sua “carreira” de folião.
“Meu irmão me levava nas matinês no Três Lagoas Clube. Era uma alegria imensa. Eu amava os bailes de carnaval com o saudoso Brancão”, lembra Barbosa.
Apesar de completar doze anos de carnaval na Bahia, Barbosa já esteve em festas de outras cidades como Rio de Janeiro e Florianópolis. “Com respeito e alegria, a gente faz um bom carnaval em qualquer lugar”, comentou.
O que realmente encanta Barbosa nessa festa tão popular é a união de todos com um só objetivo: se divertir. “A espontaneidade das pessoas, o sorriso, a vontade de ser e estar feliz. É isso que contagia”, finalizou Barbosa, direto de Salvador.
Aos 50 anos, muito bem vividos, Barbosa não dá sinais de que pretende parar com esse compromisso “anual”. Disposição e felicidade, ele tem de sobra.
E, sim, o carnaval da Bahia é a oitava maravilha, como diz Daniela Mercury, em Baianidade Nagô.
1 Versos da música “Você já foi à Bahia”, de Dorival Caymmi (1914-2008), composta em 1940
2 Versos da música “Samba da Benção”, de Vinícius de Moraes (1913-1980) e Baden Powell (1937-2000), lançada em 1967