Revendedor da Ford há 40 anos, Carlos Alberto também impulsionou as marcas Hyundai, Subaru e Chery no Brasil.
03/04/2019 08h29
Por: Mirela Coelho
Hyundai, Chery e, agora, Ford. O apetite do Grupo Caoa por montadoras chegou à fábrica da Ford em São Bernardo do Campo, SP. O grupo brasileiro de Carlos Alberto de Oliveira Andrade teria assinado um acordo para comprar a planta, na qual manterá apenas a produção de caminhões. A fábrica produzia também o hatch Fiesta, que sairá de linha no fim do ano. A ideia é fabricar os veículos sob licença da Ford.
Nenhuma das duas empresas confirma o acordo. A Caoa sequer confirma a proposta. Especialistas ouvidos por EXAME apontam possíveis contratempos da Caoa com a fábrica da Ford. A norte-americana está deixando o mercado de caminhões por afirmar que o setor não dá lucro na América Latina e o motor fabricado nesta planta expiram em poucos anos. Encontrar um novo dono para a fábrica é uma iniciativa São Paulo, João Doria.
Andrade é o único acionista do grupo Caoa, que leva suas iniciais. O empresário impulsionou as marcas estrangeiras Hyundai, Subaru e Chery no Brasil. A empresa tem 135 concessionárias pelo país, sendo 12 da Ford, 51 da Hyundai, 63 da Chery e nove da Subaru.
O grupo é também o maior revendedor da Ford na América Latina, já tem uma fábrica em Anápolis, GO, na qual fabrica os Hyundai Tucson e ix35, além dos Tiggo 5X e Tiggo 7, da Chery, e uma fábrica em Jacareí, SP. Também detém parte da operação Caoa Chery e é o importador oficial da Subaru.
O fechamento da fábrica da Ford foi anunciado em fevereiro deste ano, como parte de uma reformulação global do negócio da companhia para voltar ao lucro na América do Sul.
A Ford detém 5,1% do mercado de caminhões e é a sexta maior do setor, segundo dados da Fenabrave. O presidente da montadora afirmou que passou meses buscando alternativas viáveis para a operação até decidir pelo fechamento.
Apesar do aumento das vendas após a crise econômica, a Ford luta para manter rentabilidade e investimentos no país. Ela sofre com o aumento da concorrência no Brasil e no exterior e a pressão das matrizes para entregar mais eficiência. Nos Estados Unidos, também anunciou que deixará de comercializar os sedãs Fiesta, Focus e Fusion para concentrar os investimentos nos SUVs, mais rentáveis.
Informação do site Exame