27/06/2013 – Atualizado em 27/06/2013
Por: Assessoria
A sessão da Câmara Municipal de Três Lagoas foi marcada, na última terça-feira (25), pela sessão do uso da palavra ao líder do movimento “Vem pra Rua – Três Lagoas”, o professor Guilherme Barbosa Leles, o qual apresentou aos vereadores e à comunidade a pauta de reivindicações no município.
Com cartazes e faixas, dezenas de ativistas acompanharam a sessão. De acordo com o Regimento Interno da Câmara, somente usam a tribuna livre representantes de entidades legalmente constituídas, porém o plenário aprovou a participação dos manifestantes, abrindo espaço para o pronunciamento e realizando uma sessão considerada histórica, pois colocou frente a frente as autoridades parlamentares do município e as lideranças que vêm pedindo, nas ruas, mudanças políticas e administrativas no Brasil.
Leles leu a pauta que contém itens como exigência de apuração sobre denúncias de eutanásia indiscriminada de cães pelo Centro de Controle de Zoonoses e de superfaturamento em compra de marmitex; abertura de CPI para apurar denúncias de trabalho irregular no Legislativo; pedido de revisão em contratos da administração municipal com empresa de publicidade, de ônibus que faz transporte escolar rural e que coordena o curso Projovem Adulto na cidade; redução na tarifa de ônibus coletivo, asfalto de via que demanda para as universidades e reforma da pista de skate, assim como inclusão da modalidade em projetos esportivos públicos e imediata inauguração da Unidade de Pronto-Atendimento (UPA).
O professor afirmou que estes pontos são os primeiros de uma série de outros que serão levantados em visitas a serem realizadas pelo que chamou de Comissão do Povo. Disse ainda que está sendo formalizada uma Organização Não Governamental (ONG) para fiscalizar as atividades do Executivo e Legislativo municipais, assim como todos os processos licitatórios.
“Iniciamos nosso trabalho em Três Lagoas, assim como sugerido pela presidenta na data de ontem em seu pronunciamento. Demonstrando mais uma vez que não temos interesses em picuinhas partidárias ou particulares, pois estamos aqui [na Câmara] apenas para cobrar o que é de nosso direito”, afirmou Leles.
Todos os parlamentares que subiram na tribuna, na sequência, afirmaram ser favoráveis às manifestações, desde que ordeiras e pacíficas. “A boa política tem que reinar. Não somos os donos da verdade e devemos nos corrijir quando houver erros”, analisou o presidente da Câmara, Jorginho do Gás (PSDB). Ele sugeriu que o manifesto estabeleça representantes para se reunir e discutir as pautas com o poder público municipal.
O vereador Tonhão (PMDB) pediu que o espírito de justiça, cobrança e vontade de mudança permaneçam entre os jovens ativistas. “Fui líder no movimento estudantil e sei o que é manifestação”, afirmou.
Marisa Rocha (PSB) disse que os jovens não devem ser contrários a políticos, já que a política permeia toda a vida. Também solicitou que os integrantes do movimento se previnam contra a manipulação.
O vereador Marcus Bazé (DEM) destacou que os protestos fizeram acender uma luz vermelha. “Tenho certeza que a classe política terá outras atitudes, como pede a população”, analisou.
“Arquimedes diz que se lhe der uma alavanca e um ponto de apoio poderá mover o mundo. É isso que estamos vendo no nosso Brasil e muita coisa vai mudar”, apostou a vereadora Sirlene da Saúde (PRB).
Welton Irmão (PRB) também tributou apoio. “Parabenizo quem se empenhou nestes protestos, mas sinto a falta do debate sobre segurança pública”, opinou.
Ao falar em apoio às reivindicações, o vereador Jorge Martinho (PSD) defendeu planejamento para os gastos públicos. “A cidade hoje conta com muitos recursos”, destacou.
“Apóio aqueles que defendem a ética, o caráter, a honestidade e a moral”, disse o vereador Beto Araujo (PDS), declarando-se feliz pelas manifestações por estas causas.
Após relatar projetos de lei de sua autoria, que promoveram moralidade no setor público, o vereador Gilmar Garcia (PT) deu sua opinião sobre os movimentos sociais. “É hora de democratizar a democracia”, defendeu.
“É hora de darmos um jeito neste país, principalmente em Brasília, que está uma vergonha”, afirmou Gil do Jupiá (PSB).
Em seu pronunciamento, Nilo Candido (PDT) falou sobre as lutas populares por mudanças políticas em outras épocas e sobre a atual. ”A população não quer apenas R$ 0,20, mas punição às atitudes que enojam a todos”, ressaltou.
Adão da Apae (PMDB) considerou o movimento legítimo. Ele ainda lembrou da atuação dos parlamentares. “Os vereadores de Três Lagoas têm buscado soluções para as questões mais polêmicas do município”, afirmou.
O primeiro vereador a falar foi o Apóstolo Ivanildo (PSB) e também a dizer que a Casa de Leis é favorável à participação da sociedade nas questões públicas, principalmente quando é pacífica.
Durante a sessão, ainda foi apresentado um documento encaminhados por alunos do Projovem Adulto, relatando problemas com pagamento e falta de professores, suspensão de pagamento de bolsas e falta de materiais.
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