Com 33,3% do PIB arrecadados em tributos, o Brasil detém a maior carga tributária da América Latina, conforme levantamento de órgãos multilaterais. Este índice não só ultrapassa a média regional de 21,5%, mas também se aproxima da média da OCDE (34%), que engloba economias avançadas. Especialistas destacam que o país enfrenta desigualdades na distribuição dessa carga, que incide predominantemente sobre os consumidores, enquanto a tributação sobre renda e patrimônio é menor.
Embora a alta tributação no Brasil financie políticas sociais significativas, estudos indicam que o retorno em qualidade de serviços públicos é inferior ao de países com cargas tributárias semelhantes. Essa disparidade é motivo de críticas, pois a população não vê um reflexo direto dos impostos pagos em melhorias na saúde, educação e infraestrutura.
A política fiscal brasileira também é alvo de análises, que apontam que sua capacidade de reduzir a desigualdade é menor em comparação com países desenvolvidos. Isso se deve, em parte, à estrutura tributária que concentra a carga sobre o consumo, penalizando proporcionalmente mais as camadas mais pobres da população. A revisão e reforma do sistema tributário são vistas como essenciais para promover uma distribuição mais equitativa da carga tributária e melhorar a qualidade dos serviços públicos oferecidos à sociedade.