Logo no início de 2025, o Brasil já se encontra em estado de alerta devido ao aumento de casos de febre Oropouche. Com um total de 2.971 casos registrados, sendo 2.652 ocorrências apenas no Espírito Santo, 99 casos no estado do Rio de Janeiro, 30 em Minas Gerais, 7 na Paraíba, 1 no Ceará, 1 no Paraná e 1 em Roraima, a situação tornou-se preocupante, totalizando quase 3.000 casos.
O que é a febre Oropouche?
O Oropouche é uma enfermidade provocada por um arbovírus, pertencente ao gênero Orthobunyavirus da família Peribunyaviridae, que é transmitido por artrópodes.
Identificado pela primeira vez no Brasil em 1960, o Orthobunyavirus oropoucheense (OROV) foi isolado a partir de uma amostra de sangue de uma bicho-preguiça (Bradypus tridactylus) durante a construção da rodovia Belém-Brasília.
Desde essa descoberta inicial, casos isolados e surtos da doença têm sido reportados principalmente na região Amazônica do Brasil. Há também registros de casos e surtos em outros países da América Central e do Sul.
Transmissão
O Oropouche é transmitido principalmente por um pequeno inseto chamado Culicoides paraensis, popularmente conhecido como maruim. Após picar um hospedeiro infectado, o vírus permanece no organismo do inseto por alguns dias, podendo ser transmitido a uma pessoa saudável quando o inseto a pica.
Existem dois principais ciclos de transmissão dessa doença:
Ciclo Silvestre: Nesse ciclo, os principais hospedeiros são bichos-preguiça e primatas não-humanos, com possível participação de aves silvestres e roedores. O vírus OROV já foi isolado em algumas espécies de insetos, como Coquillettidia venezuelensis e Aedes serratus, mas o vetor predominante é o Culicoides paraensis, conhecido como maruim ou mosquito-pólvora.
Ciclo Urbano: No ambiente urbano, os humanos são os principais hospedeiros do vírus. O Culicoides paraensis continua sendo o vetor principal, embora o inseto Culex quinquefasciatus, comum em áreas urbanas, também possa ocasionalmente transmitir o vírus.
Sintomas
- Dor de cabeça intensa
- Dor muscular
- Náusea
- Diarreia
Os sintomas são semelhantes aos da dengue, sendo necessário que profissionais de saúde capacitados façam a diferenciação dessas doenças para, assim, prescreverem o tratamento correto.