O Brasil aderiu à Carta de Cooperação entre Países Produtores de Petróleo (CoC), vinculada à Organização dos Países Produtores de Petróleo (Opep). A decisão foi anunciada pelo ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, durante reunião do Conselho Nacional de Política Energética (CNPE). O país ingressará como observador, sem participar do sistema de cotas de produção, e sem comprometer sua soberania sobre a exploração de recursos naturais.
Além disso, o governo brasileiro iniciou o processo de adesão à Agência Internacional de Energia (AIE) e à Agência Internacional de Energia Renovável (Irena). Silveira ressaltou que a participação nesses fóruns fortalece o papel do Brasil nas discussões sobre a transição e segurança energética, alinhada ao Plano Nacional de Energia 2050, que busca equilibrar energias renováveis com a exploração de recursos fósseis.
A Opep, fundada em 1960, é o maior cartel de petróleo do mundo e inclui 13 países produtores. O Brasil, o nono maior produtor global com 3,672 milhões de barris diários, foi convidado a integrar o grupo em 2023. A decisão, no entanto, gerou críticas de organizações ambientais. A ONG WWF-Brasil, por exemplo, acusou o governo de “retrocesso” ao priorizar a exploração de combustíveis fósseis, em detrimento da transição para energias renováveis.
A ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, comentou que a participação como observador não é contraditória, e sim uma oportunidade de influenciar debates sobre o papel dos combustíveis fósseis na crise climática. No entanto, críticos veem a adesão como um sinal de resistência às soluções sustentáveis diante dos desafios climáticos globais.
Com informações Correio Braziliense