Por Robson Trevisan, com informações da Bloomberg
A Suzano, líder global na produção de celulose, está se preparando para enfrentar um aumento significativo nos custos da commodity devido à elevação dos preços das terras no Brasil.
O CEO da empresa, Walter Schalka, revelou em uma entrevista que os fabricantes de celulose estão enfrentando uma concorrência acirrada com outros produtores agrícolas.
Isso levou a Suzano a buscar “novas fronteiras” para o plantio de eucalipto. Schalka expressou sua visão otimista, afirmando: “Não acredito que o preço da celulose nos próximos dez anos será semelhante ao dos últimos dez anos. Na minha opinião, será mais alto.”
Ele destacou o rápido crescimento do setor agrícola no Brasil, impulsionado pela tecnologia, permitindo que culturas como soja e milho expandam para áreas anteriormente não competitivas.
A demanda global por celulose está em ascensão, especialmente para o tipo produzido na América do Sul. O eucalipto da região está encontrando novos nichos de mercado, como o setor de produtos absorventes, outrora dominado por fibras premium de árvores no hemisfério norte.
Atualmente, o Brasil é o maior exportador mundial de celulose.
Dados da Suzano revelam um aumento de 62% nos preços das terras no Brasil nos últimos cinco anos, impulsionando também os preços da madeira, que quase dobraram no mesmo período.
A Suzano planeja manter um ritmo ambicioso de plantio de cerca de 1,2 milhão de eucaliptos por dia, marcando o período mais audacioso de sua história. A empresa planeja expandir para áreas atualmente não utilizadas para o cultivo de árvores, aproveitando a estratégia de busca por novas fronteiras.
Esta abordagem tem o potencial de desencadear um boom nas plantações de eucalipto, semelhante ao observado recentemente no Mato Grosso do Sul.
O estado, conhecido por sua atividade pecuária, abriga duas fábricas de celulose, e uma nova unidade da Suzano está programada para iniciar suas operações em junho.
Além disso, a região foi escolhida pela família bilionária chilena Angelini (Arauco) para um investimento de US$ 3 bilhões em uma fábrica, programada para ser inaugurada em 2028.