Presidente fez críticas à estatal na live de quinta (18) e, sem dar detalhes, disse que “algo vai acontecer”. Nesta sexta (19), em viagem a Sertânia (PE), ele voltou a falar da política de preços da empresa.
19/02/2021 15h41
Por: Gabrielle Borges
O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) disse nesta sexta-feira (19), em visita a Sertânia (PE), que haverá “mudanças, sim, na Petrobras”. Ele ainda afirmou que a política de preços de combustíveis da empresa “não vai continuar sendo um segredo de estado” e que exige e cobra “transparência de todos aqueles que tem a responsabilidade de indicar”. A declaração ocorre um dia após Bolsonaro criticar a estatal em uma transmissão ao vivo e informar que, a partir de 1º de março, o imposto sobre o preço do diesel será zerado por dois meses.
Na quinta-feira (18), mesmo reafirmando que a empresa tem autonomia, o presidente disse que “algo vai acontecer” na Petrobras nos próximos dias.
A declaração sobre a redução do tributo do diesel nas refinarias por 60 dias já causa instabilidade nos mercados, já que medida causará impacto bilionário nas contas do governo. A estimativa de perda de arrecadação não foi informada, nem como ela ser compensada nas contas públicas.
O atual presidente da estatal é o economista Roberto Castello Branco, indicado para o cargo pelo presidente, e que considera que o preço dos combustíveis “não é caro nem barato, é preço de mercado”.
A disparada no preço dos combustíveis preocupa o Palácio do Planalto. Gasolina e diesel caros são considerados, politicamente, ruins para a popularidade do governo. Além disso, preços altos podem significar um entrave para setores que dependem de transporte – ainda mais, em um momento em que a economia sofre para retomar o crescimento em meio à pandemia.
Bolsonaro considera que o último reajuste de preço da Petrobras foi “fora da curva” e busca uma solução para atender principalmente ao interesse dos caminhoneiros.