Geral – 13/01/2012 – 14:01
Imaginem um goleiro que não se incomoda com a reserva. Há pouco mais de um ano no Santos, Aranha convence os companheiros e já desperta a fama de “bom de grupo”, até mesmo entre membros da diretoria santista. O segredo do substituto imediato de Rafael são as histórias que conta e o perfil “trabalhador”, contrariando o já conhecido e convencional “boleirão”. Ele afirma que, mesmo aos 31 anos, jamais fez um inimigo no futebol.
O processo de cativação do elenco se deu, principalmente, pelas histórias que conta no dia a dia e as manifestações feitas para o grupo. O goleiro tem o costume de levar para concentrações em São Paulo, ou lugares próximos a Santos, uma televisão e um video game para noitadas de jogos famosos de futebol virtual.
Entre as histórias, diz que poucos acreditam, mas provoca acessos de risos nos jogadores. A principal é sobre um goleiro que realizou testes na Ponte Preta e após fazer defesas incríveis no transcorrer da atividade justificou falhas inesperadas no treino específico para goleiros pela ausência dos polegares: “ele tirou a luva e mostrou que não tinha os dois ‘dedões’, mas ninguém acredita”.
Aranha chegou ao clube por indicação do atual preparador de goleiros, Oscar Rodriguez, único remanescente da comissão técnica Adilson Batista e toma cuidados, mesmo com o perfil de apaziguador, para não causar impressões distorcidas.
“Quando você é titular tem mais condições de abordar situações. No Santos, como reserva, fico mais na minha. Posso falar alguma coisa e entenderem que é pelo fato de não estar jogando, mas procuro dar conselhos. Na Ponte ‘gerenciei’ bastante”, contou.
Apesar do pouco tempo de Santos, o goleiro já cogitou investimentos no próprio clube alvinegro. Chegou a sondar a compra de uma franquia de Meninos da Vila, escolas que levam o nome das safras vitoriosas de jogadores da base e servem como apoio para a formação de novos talentos.
“Hoje, do jeito que o futebol é dinâmico e os jogadores sobem cada vez mais cedo, não tem espaço para o ‘boleirão’. Eles querem o trabalhador, o profissional, me encaixo nisso. O ‘boleirão’ fica envergonhado de ficar no banco, não enxerga o motivo. A maneira como comecei foi a que me trouxe até o Santos, vou mudar para que? Só ouço falarem bem de mim, sempre me elogiam pelo meu caráter. É melhor estar no banco aqui do que em outro lugar passando necessidade”, concluiu.
Aranha fez a sua fama na Ponte Preta, principalmente em 2008, quando foi vice-campeão e eleito para a seleção do Campeonato Paulista. No Santos, mesmo sem tantas chances – só jogou seis vezes -, já cativou pelo temperamento de “bom de grupo”.
Fonte: Terra