Enquanto o Natal é amplamente celebrado como o nascimento de Jesus Cristo e a vinda do Papai Noel, o povo indígena Sateré-Mawé, que vive entre o Amazonas e o Pará, tem sua própria tradição natalina. Em vez do “bom velhinho” vestido de vermelho e branco, eles celebram Hary e Karimã, um casal de idosos que, por não terem filhos, fabricavam brinquedos para presentear as crianças no final do ano.
Segundo o professor e escritor Yaguarê Yamã, Hary significa “vovó” na língua sateré, e Karimã significa “massa de mandioca” em nheengatu. Após a morte do casal, os Sateré-Mawé passaram a distribuir presentes em homenagem a eles, criando o Çuriçawara, o “dia da felicidade”.
Yamã, autor de 40 livros, destaca a importância de resgatar a riqueza cultural dos povos indígenas. Ele retratou a lenda no livro “Hary e Karimã: Os bons velhinhos da floresta”, onde descreve que, no dia da felicidade, as pessoas fazem boas ações, cuidam dos doentes, dão presentes e se reúnem em família para celebrar a paz, o amor e a fraternidade.
O livro também menciona que os agricultores colhem frutas para compartilhar com suas famílias, e os caçadores preparam o jacu, uma ave nativa, como homenagem a Karimã. A chuva no fim de ano é vista como uma bênção que reforça a saudade dos bons velhinhos e celebra a felicidade do momento.
Essa história é um exemplo da diversidade cultural do Brasil e da necessidade de reconhecer e valorizar essas tradições.
Com informações Correio Braziliense