21/06/2016 – Atualizado em 21/06/2016
Por: Marcio Ribeiro com R7.
Com dívidas que somam R$ 65,4 bilhões, a empresa de telecomunicações Oi entrou com pedido de recuperação judicial nesta segunda-feira (20), a maior da história do Brasil. A companhia afirma que a oferta de serviços está mantida, até que os problemas financeiros sejam solucionados.
O recorde anterior de recuperação judicial era da Sete Brasil, que em abril passado pediu recuperação de R$ 18 bilhões.
O pedido da Oi foi feito na 7ª Vara Empresarial do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro, e vem após fracassarem as negociações com detentores de bônus para tentar reestruturar de forma organizada as dívidas.
A companhia é a quarta do País no mercado de telefonia celular. Segundo dados da Anatel (Agência Nacional de Telecomunicações) para 2015, são 257,8 milhões de linhas móveis no País. A Oi detém 18,65% dos acessos, atrás dos líderes Vivo (28,47%), Tim (25,69%) e Claro (25,59%).
Em “fato relevante” assinado por Flavio Nicolay Guimarães, diretor de Finanças e de Relações com Investidores, a empresa afirmou que a medida visa, entre outros objetivos, proteger o caixa das empresas do grupo, preservar o valor das empresas e manter o serviço oferecido aos clientes — um “fato relevante” é a comunicação que as empresas de capital aberto são obrigadas a fazer quando alguma decisão pode afetar diretamente nas ações da companhia.
O pedido vem após a Oi ter anunciado na última sexta-feira (17) que ainda não havia obtido acordo com detentores de bônus para uma reestruturação financeira, conversa intermediada pela Moelis & Company. Segundo a Oi, 60% de seus recebíveis estavam penhorados a bancos brasileiros.
“Considerando os desafios decorrentes da situação econômico-financeira das empresas Oi à luz do cronograma de vencimento de suas dívidas financeiras, ameaças ao caixa das empresas com iminentes penhoras ou bloqueios em processos judiciais, e tendo em vista a urgência na adoção de medidas de proteção das empresas, a companhia julgou que a apresentação do pedido de recuperação judicial seria a medida mais adequada neste momento”, diz trecho do documento