04/06/2016 – Atualizado em 04/06/2016
Segundo delegado, grupo era composto de 6 pessoas, incluindo servidor. Um indígena está foragido e polícia vai analisar documentos apreendidos.
G1/MS
O servidor da Funai preso nesta sexta-feira (3) por suspeita de fraudar registros de nascimento para obter benefícios da Previdência Social era o chefe do grupo de seis pessoas, que ainda tinha um advogado para dar o apoio jurídico, segundo o delegado da Polícia Federal de Ponta Porã, Sérgio Barbosa Menezes.
O G1 entrou em contato com a Fundação Nacional do Índio (Funai) que informou estar ciente, colaborando e acompanhando a investigação.
A operação Uroboros foi deflagrada em Amambai e Iguatemi, no sul do estado, onde foram cumpridos 14 mandados de busca e apreensão, 16 mandados de condução coercitiva e um de prisão preventiva, expedidos pela Justiça Federal. Um mandado de prisão não foi cumprido porque o indígena não foi encontrado.
De acordo com o delegado, a investigação começou há um ano por causa da movimentação suspeita do servidor da Funai. “O servidor constituiu um mercado. Ele não poderia farte da sociedade como fazia”, disse Menezes.
O grupo composto de seis pessoas, incluindo o servidor e um advogado, fazia o registro de nascimento tardio – quando os pais já estariam mortos – para pedir a pensão. “Se é solicitada quando adulto, passa a receber a partir da data que pede. Mas quando é criança retroage a partir da data do óbito, então se consegue valores grandes”, explicou o delegado.
Segundo a polícia, essa organização lucrou mais de R$ 1 milhão fazendo registros falsos de crianças como se fossem filhos de indígenas que já tinham morrido. A intenção era receber a pensão por morte dos índios.
Conforme a polícia, o indígena era enganado e recebia a partir da data do pedido do benefício. Os suspeitos já foram ouvidos e o próximo passo será a análise dos materiais apreendidos. “Achamos documentos originais e cartões que indica que ele estaria sacando os benefícios. Vamos cruzar os dados para cancelar o benefício, se for o caso”, disse Menezes.