14/08/2015 – Atualizado em 14/08/2015
Por: Folha da Região
Castilho e Ilha Solteira temem perder para o Estado do Mato Grosso do Sul as sedes das hidrelétricas instaladas nos dois municípios, ambas no rio Paraná. Os prefeitos das duas cidades paulistas confirmam o risco, que pode se concretizar com o lançamento do edital para concessão dos dois empreendimentos, previstos para irem a leilão em setembro.
O prefeito Joni Buzachero (PSDB), de Castilho, enviou ofícios a políticos paulistas, incluindo o governador Geraldo Alckmin e os senadores Aloysio Nunes (PSDB-SP) e Marta Suplicy (sem partido), no final do mês passado, pedindo apoio para que a mudança não aconteça. Sem revelar a fonte, ele afirmou que obteve a informação de que o endereço da sede da hidrelétrica de Jupiá que constará no edital é o município sul-mato-grossense de Três Lagoas.
O tucano ainda disse que isso também poderá acontecer com a hidrelétrica Ilha Solteira, no município de mesmo nome, que perderia a sede para a vizinha Selvíria, do outro lado do rio Paraná. Buzachero alertou que as duas alterações, se concretizadas, representarão “um colapso socioeconômico” para as duas prefeituras paulistas.
ILHA
O prefeito Bento Carlos Sgarboza (DEM), de Ilha Solteira, município com 26.642 habitantes, adiantou que a definição da sede da hidrelétrica é bastante complicada e abre campo para várias interpretações, da casa de forças do empreendimento até os limites do corpo d’água – que se modificou com o represamento -, sem esquecer do financiamento paulista para erguer a hidrelétrica.
“Uma das questões é como você vai tirar uma usina de um Estado que foi construída com o próprio dinheiro desse Estado”, disse Sgarboza, na quarta-feira (12), durante entrevista a uma rádio comunitária do município.
CESP
Até que as novas concessões das hidrelétricas de Ilha Solteira e Jupiá sejam efetivadas, elas continuam sendo operadas pela Cesp (Companhia Energética de São Paulo). Segundo a empresa paulista, a eventual transferência das usinas vai depender dos processos de licitação.
“O Ministério de Minas e Energia fez, em junho, uma consulta à Cesp, que concordou em operar as usinas após o término das concessões até a realização de leilão”, informou a empresa de geração de energia.