Saúde – 10/02/2012 – 18:02
O destino de medicamentos vencidos da “farmacinha”, existente na maioria das casas, geralmente é o ralo da pia da cozinha ou do banheiro. “A química segue para o lençol freático e acaba contaminando a água que bebemos. E a destinação correta para esses remédios é a incineração. Pensando no erro criamos a Lei 168/10, para que o descarte dos produtos seja correto”, afirma o presidente da Câmara Municipal de Campo Grande, Paulo Siufi (PMDB).
Siufi buscou locais de descarte. Foi firmada uma parceria com os Postos de Saúde e, na rede privada, quem saiu na frente foi à rede de farmácias São Bento, que iniciou o Projeto Destino Consciente. “Meus pacientes, em apenas dois meses juntaram milhares de medicamentos e nós entregamos hoje para serem incinerados”, explica Siufi.
Bactérias super resistentes
De acordo com o presidente do CRF/MS (Conselho Regional de Farmácia de Mato Grosso do Sul), Ronaldo Abraão, os antibióticos jogados na água matam as bactérias e elas reconhecem a estrutura química do medicamento, tornando-as ainda mais resistentes. “São as chamadas superbactérias, que causam doenças que podem levar até a morte”, afirma o presidente.
O problema do descarte de medicamentos de forma incorreta, segundo o presidente, foi constatado em 2008. “Um estudo da OMS (Organização Mundial de Saúde) afirma que estamos próximo a um caos de doenças causadas por superbactérias. Mas, bem antes disso, já levantamos essa bandeira aqui no Estado e procuramos medidas para recolherem os medicamentos”, diz o presidente.
Outro alerta a população, segundo o presidente, seria o uso racional do remédio. “Um estudo aponta que 80% dos remédios vencidos estão nas residências e a nossa preocupação é enorme, já que as pessoas se medicam sozinhas ou com o farmacêutico, sem passar pela consulta e ter o diagnóstico correto”, avalia o presidente.
A campanha continua e quem quiser pode depositar o remédio nos locais de coleta da Rede São Bento e postos de saúde da Capital.
Fonte: Midia Max