Coordenadora do programa, Elisangela Facirolli, destacou que o trabalho realizado vai além do acolhimento afetivo e do apoio voluntário, contribuindo também com doações para crianças e adolescentes em situação de vulnerabilidade.
O Projeto Padrinho, uma iniciativa do Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul (TJMS), completou 15 anos de atuação em Três Lagoas. Durante entrevista no programa “A Hora da Notícia”, da Caçula FM 96,9, nesta terça-feira, 25, a coordenadora Elisangela Facirolli destacou a importância do projeto na vida de crianças e adolescentes que vivem em instituições de acolhimento.
“O Projeto Padrinho possui diversas modalidades, como o apadrinhamento afetivo, onde padrinhos podem levar crianças e adolescentes para passar finais de semana, feriados e férias escolares, proporcionando uma experiência de convivência familiar”, explicou Facirolli. Além disso, há o apadrinhamento voluntário, que envolve profissionais como médicos, dentistas, psicólogos e cabeleireiros que oferecem serviços gratuitos aos acolhidos. O projeto também incentiva padrinhos doadores de bens, que contribuem com itens essenciais para o bem-estar dos jovens.
Facirolli ressaltou o impacto positivo do projeto na vida dos participantes, citando casos de adolescentes que encontraram uma referência familiar através do apadrinhamento. “Quando o adolescente completa 18 anos, ele precisa deixar a instituição. Se ele não tem uma referência familiar, a situação fica ainda mais difícil. O padrinho afetivo se torna esse ponto de apoio, garantindo suporte e acolhimento”, afirmou.
A coordenadora também destacou que a modalidade mais procurada é a do apadrinhamento voluntário, seguida pelo afetivo. “Temos um caso inspirador de uma jovem que foi apadrinhada quando estava na instituição e, hoje, se tornou madrinha afetiva de um adolescente, retribuindo o carinho e apoio que recebeu”, contou.
O processo de seleção dos padrinhos inclui uma avaliação criteriosa, levando em conta a motivação do interessado, seus antecedentes e sua situação socioeconômica. “O foco é sempre o bem-estar da criança e do adolescente. Motivações equivocadas, como querer companhia para o final de semana ou ajuda doméstica, são motivos para exclusão do processo”, explicou Facirolli.
Mesmo com o impacto positivo, o Projeto Padrinho enfrenta desafios para ampliar sua atuação. A falta de conhecimento sobre o programa e motivações específicas de alguns detalhes são os principais obstáculos. “Muitas pessoas confundem apadrinhamento com adoção ou veem a criança como uma companhia para o fim de semana, o que não é o propósito do projeto”, explicou Elisangela.
Atualmente, apenas oito padrinhos estão cadastrados no programa em Três Lagoas. Com a divulgação do projeto, a expectativa é aumentar esse número e garantir que mais crianças e adolescentes tenham acesso a uma rede de apoio que promove desenvolvimento, segurança e acolhimento.
O Projeto Padrinho segue aberto para novos voluntários e doadores. Interessados em participar podem procurar o Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul através do (67) 3929-1975 ou as instituições de acolhimento em Três Lagoas para obter mais informações. “Cada gesto de solidariedade faz diferença na vida dessas crianças e adolescentes, garantindo a eles um futuro com mais oportunidades e dignidade”, concluiu a coordenadora.