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sábado, 22 de março, 2025

Estudo revela que a renda de pessoas negras corresponde a 58% da renda de brancas

Entre 2012 e 2023, a renda do trabalho principal de pessoas negras foi, em média, 58,3% da renda das pessoas brancas, conforme levantamento divulgado nesta sexta-feira (21) pelo Centro de Estudos e Dados sobre Desigualdades Raciais (Cedra). O estudo, que se baseia em dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) do IBGE, revela que, em 2012, a renda média das pessoas negras era de R$ 1.049,44, enquanto a das pessoas brancas era R$ 1.816,28. Já em 2023, a diferença aumentou para R$ 2.199,04 (negras) e R$ 3.729,69 (brancas), com uma redução de 1,2 ponto percentual na desigualdade entre os dois grupos.

O estudo também destaca que, durante o período analisado, a renda média do trabalho doméstico das mulheres negras representava 86,1% da renda das mulheres brancas. Em 2012, as mulheres negras recebiam R$ 503,23, enquanto as brancas recebiam R$ 576,00. Em 2022, as mulheres negras ganharam, em média, R$ 978,35, contra R$ 1.184,57 das mulheres brancas, o que resultou em um aumento de 4,8 pontos percentuais na desigualdade entre esses grupos.

Em relação aos cargos gerenciais, em 2012, as pessoas negras representavam 53% da população e ocupavam 31,5% dos cargos gerenciais. Em 2023, esses percentuais subiram para 56,5% da população e 33,7% dos cargos gerenciais, indicando um aumento de 3,5 pontos percentuais na proporção de negros na população, mas apenas 2,2 pontos percentuais nos cargos gerenciais.

Entre as mulheres, a participação das brancas em cargos gerenciais aumentou 1,5 ponto percentual de 2012 a 2023, apesar da queda de sua participação na população de 24,1% para 22%. Já a presença de mulheres negras cresceu tanto nos cargos gerenciais (1,3 ponto percentual) quanto na população (de 26,5% em 2012 para 28,5% em 2023), evidenciando um aumento na desigualdade no período.

No que se refere aos empregadores, em 2012, a proporção de homens brancos era quase cinco vezes maior do que a de mulheres negras, enquanto em 2023 essa diferença foi reduzida para quatro vezes maior, embora os homens brancos ainda dominem essa posição.

Por fim, a taxa de desocupação das mulheres negras em 2012 era 6,1 pontos percentuais maior do que a dos homens brancos, diferença que aumentou para 8,9 pontos percentuais em 2017 e depois diminuiu para 7,4 pontos percentuais em 2023.

O Centro de Estudos e Dados sobre Desigualdades Raciais é composto por especialistas em ciência de dados, economistas, estatísticos e cientistas sociais, e conta com o apoio de várias organizações, como o Instituto Çarê, o Instituto Ibirapitanga, B3 Social e Bem-Te-Vi Diversidade, além de parcerias com Amazon Web Services (AWS), Bain & Company, Daniel Advogados e Observatório da Branquitude.

Com informações Agência Brasil

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