Política – 18/12/2012 – 15:12
Após oito meses, integrantes da CPI do Cachoeira aprovaram nesta terça-feira (18) um relatório de apenas duas páginas do deputado Luiz Pitiman (PMDB-DF) que não prevê o indiciamento de suspeitos de participarem do suposto esquema de corrupção investigado pela Polícia Federal.
A CPI foi criada em abril deste ano para investigar as informações obtidas pela PF, por meio das operações Vegas e Monte Carlo sobre jogos de azar, que indicam o envolvimento de agentes públicos e privados com o empresário Carlinhos Cachoeira.
O relatório de Pitiman recebeu o apoio de 21 parlamentares contra 7. O texto do peemedebista, na prática, prevê apenas que as informações levantadas pela CPI sejam compartilhadas com o Ministério Público Federal e a Polícia Federal.
O envio do material levantado pela comissão aos órgãos de investigação já tinha sido aprovado no início da sessão após sugestão do relator, Odair Cunha (PT-MG). O relatório proposto por Cunha foi rejeitado antes da análise do texto proposto por Pitiman por 18 votos contra e 16 a favor.
Odair Cunha classificou de pizza a resultado da comissão. “[A CPI] se nega a fazer aquilo que é a sua missão essencial. Levantar provas, identificar indícios e apresentar conclusões. As conclusões aqui são nada, um vazio, uma pizza geral, lamentável.”
Antes da leitura do novo relatório do peemedebista, alguns integrantes da CPI ironizaram o documento de apenas duas páginas.
“Duvido que ele tenha coragem de ler um relatório desses. É uma piada”, disse o deputado Silvio Costa (PTB-PE).
“Esse voto em separado padece de total eficácia e razão da sua existência. Já foi aprovado o compartilhamento”, disse o senador Pedro Taques (PDT-MT).
“Em plena festa natalina esse relatório é uma presepada”, afirmou o líder do PPS, Rubens Bueno (PR).
Pitiman defendeu seu relatório. “Terei a consciência tranquila que não absolvi culpados e em condições ainda piores, não condenei inocentes, pois os documentos aqui colhidos e os indícios que apareceram têm muito ainda a ser checados e terão desdobramentos, onde com isenção, poderão dar ao Brasil as respostas que todos queremos”, disse Luiz Pitiman.
O relatório também previa um acompanhamento das investigações por dois senadores e três deputados após o término da CPMI. A sugestão, no entanto, foi excluída.
Fonte: Folha de São Paulo