O calor extremo no Rio de Janeiro já levou mais de 5 mil pessoas a procurar atendimento médico nas unidades do Sistema Único de Saúde (SUS) desde o início de 2025, segundo dados da Secretaria Municipal de Saúde (SMS-RJ). Esses atendimentos incluem urgências e emergências em Unidades de Pronto Atendimento (UPA), Coordenações de Emergência Regional (CER) e hospitais.
Somente em janeiro, cerca de 3 mil pessoas buscaram ajuda devido a complicações provocadas pelas altas temperaturas. Nos primeiros 18 dias de fevereiro, o número de atendimentos foi de aproximadamente 2,4 mil. De acordo com a SMS-RJ, o aumento de procura está relacionado principalmente a problemas como desidratação e descompensação de doenças crônicas.
A preocupação maior está voltada para idosos e crianças, que são mais vulneráveis ao calor intenso. A secretaria ressaltou que estas faixas etárias têm menor percepção de risco em relação ao calor.
Diante da persistência das altas temperaturas, a Prefeitura do Rio anunciou, no último domingo (16), medidas para orientar a população. Durante a semana, que já registrou recordes de temperatura, a prefeitura preparou ações para mitigar os impactos do calor extremo.
Em entrevista à imprensa, o secretário municipal de Saúde, Daniel Soranz, explicou que, por meio de um estudo que analisa dados dos últimos 12 anos, foi possível constatar que o calor excessivo está relacionado ao aumento de descompensação de doenças crônicas e maior taxa de mortalidade entre idosos.
“Com esses dados, conseguimos comprovar que nos dias mais quentes, a mortalidade por doenças como diabetes, hipertensão, insuficiência cardíaca e renal aumenta consideravelmente”, afirmou Soranz.
No ano passado, a Prefeitura lançou o “Protocolo de Enfrentamento ao Calor Extremo”, que classifica os níveis de calor (Calor 1 a Calor 5) e define ações de contingência para cada cenário. Desde junho de 2024, o COR-Rio monitora as condições climáticas, e, segundo o Centro de Inteligência Epidemiológica (CIE), 27 dos 45 primeiros dias de 2025 estiveram fora do Calor 1.
Em dias classificados como Calor 4, com temperaturas entre 40°C e 44°C, o aumento nos casos de desidratação e queimaduras é ainda mais acentuado, como indicam os especialistas. A entrada do Rio de Janeiro no nível Calor 4 foi anunciada pelo COR-Rio na segunda-feira (17), às 12h35.
Medidas de prevenção e hidratação
O prefeito Eduardo Paes (PSD) anunciou a abertura de 58 pontos de resfriamento e a implementação de pausas para hidratação de trabalhadores expostos ao sol. Além disso, a rede de saúde municipal foi preparada para lidar com o aumento da demanda. A prefeitura reforçou ainda a recomendação de consumo de água, o uso de roupas leves e a evitação de exposição direta ao sol nos horários mais quentes.
“Com base nos dados sobre aumento da mortalidade, podemos orientar a população a evitar atividades físicas e exposição solar nos momentos mais críticos do dia, além de reforçar o uso de medicações crônicas e a importância da hidratação”, declarou Soranz.
O secretário destacou que a hidratação é crucial para prevenir complicações de saúde durante os dias de calor intenso. Essas recomendações são voltadas principalmente para trabalhadores ao ar livre, pessoas que praticam atividades físicas e, especialmente, crianças e idosos, mais suscetíveis à desidratação.
Preparativos para o Carnaval
Com a proximidade do Carnaval, que deverá movimentar mais de R$ 12 bilhões, conforme estimativa da Confederação Nacional do Comércio (CNC), a SMS-RJ montou postos de saúde no Sambódromo da Marquês de Sapucaí e nos principais blocos da cidade. Quatro postos serão disponibilizados dentro do Sambódromo para atender ao público que participará dos desfiles das escolas de samba.
“Além disso, reforçamos as unidades de urgência e emergência para dar conta da demanda estimada de 1 milhão de foliões que virão para o Rio de Janeiro”, afirmou o secretário Daniel Soranz.
Com informações Agência Brasil
