A Polícia Civil do Rio de Janeiro prendeu 15 suspeitos de envolvimento na fabricação e venda de anabolizantes clandestinos. Segundo a Polícia Civil e o Ministério Público do Rio, os suspeitos são responsáveis pela produção e comercialização ilegal de pelo menos oito marcas de anabolizantes.
Investigação
A investigação teve início após a fiscalização dos Correios detectar grandes remessas de anabolizantes enviadas de duas agências em São Gonçalo, na Região Metropolitana do Rio. A partir daí, a Polícia Civil passou a monitorar as entregas, identificando fabricantes de marcas ilegais como Next e Thunder, que patrocinam alguns dos maiores campeonatos de fisiculturismo do país. “Uma estrutura extremamente organizada, bem planejada, que resultou em uma circulação financeira de aproximadamente R$ 80 milhões em seis meses de investigação”, afirmou o delegado Luiz Henrique Marques.
Vendas clandestinas
Sem registro na Vigilância Sanitária, os anabolizantes eram vendidos pela internet, sem que os consumidores soubessem exatamente o que estavam comprando. A investigação revelou a presença de substâncias para combater sarna e piolho nos produtos. Segundo o promotor Pedro Simão, do Gaeco/MPRJ, os produtos não apresentavam os elementos obrigatórios por lei nos rótulos, como a identificação do CNPJ da empresa.
Riscos à saúde
Os anabolizantes, derivados do hormônio sexual masculino testosterona, são regulamentados no Brasil para tratamentos de saúde com receita médica. O uso desses produtos para ganhos estéticos ou de massa muscular é proibido pelo Conselho Federal de Medicina. “Não existe indicação de fazer hormônio para ninguém por fim estético”, explica o médico Mauro Muniz, presidente da Sociedade Brasileira de Urologia no RJ. O uso inadequado de anabolizantes pode causar hipertensão arterial, arritmia, doenças do coração, câncer e trombose, segundo a endocrinologista Karen de Marca.
Operação
Durante a operação, foram apreendidas mais de 2 mil ampolas de anabolizantes, três pistolas e uma escopeta. Vinte e três suspeitos responderão por associação criminosa, crime contra a saúde pública e crimes contra as relações de consumo.
Os responsáveis pelas marcas Next e Thunder não retornaram os contatos. A defesa dos suspeitos presos não foi localizada.
Com informações G1