Um vídeo no TikTok, onde uma jovem relata ter contraído HPV ao usar um equipamento de academia, está viralizando. Ela conta que percebeu uma verruga no dedo e, ao consultar uma médica, foi informada de que era causada pelo vírus. Especialistas explicam que a infecção relatada não é sexualmente transmissível e que é impossível contrair o vírus na academia.
Victoria Sartorelli, a jovem em questão, postou no TikTok um vídeo explicando que percebeu uma verruga no dedo da mão e decidiu procurar uma dermatologista. A profissional explicou que a verruga era causada por um subtipo de HPV, que Victoria acredita ter contraído na academia. Um dos vídeos da jovem já possui mais de um milhão de visualizações.
Entretanto, médicos especialistas reforçam que não há motivo para pânico. Essa versão do vírus é inofensiva, não é transmitida por qualquer toque na região genital e não pode ser contraída por superfícies, como aparelhos de academia.
A ginecologista Carolina Corsini, especialista no diagnóstico e tratamento do HPV, explica que esse subtipo do vírus é comum, até mesmo em crianças. Ela observa que a maioria das pessoas não percebe a infecção, pois o vírus não causa problemas de saúde, apenas uma reação na pele com o surgimento de verrugas. “Esse HPV que gera a verruga no dedo é da mesma família do tipo genital, mas é um outro tipo de vírus. Ele só gera essas verrugas vulgares e que não têm risco de evolução para doença maligna”, reforça.
A médica e professora da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), Fabiene Castro Vale, também reforça que não há motivo para pânico, já que esse tipo de HPV é diferente do que causa a infecção sexualmente transmissível. “Não é motivo de pânico, esse tipo de HPV é comum e não tem grandes consequências. Ele gera essas lesões de pele e apenas isso. Ele é diferente do que as pessoas conhecem por HPV, que é a versão genital, sexualmente transmissível e para a qual a gente tem vacina”, explica.
O contágio desse subtipo do HPV segue a mesma linha da versão genital: é necessário o contato pele com pele ou mucosa com mucosa com a pessoa infectada para a transmissão. A médica Fabiene Castro Vale explica que o vírus não resiste em superfícies e que seria impossível contrair ao encostar, por exemplo, em equipamentos de academia. “É preciso ter uma lesão e encostar em alguém que tem o vírus ativo em uma região também com lesão para que seja transmitido. É impossível que seja por superfície”, conclui.
O ginecologista Marcelo Steiner, da Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (Febrasgo), também enfatiza que o vírus não resiste em superfícies e que não há motivo para temer contágio em lugares públicos. “A transmissão acontece no contato de pele com pele. Dificilmente você vai ter esses HPVs passando em situações como na academia, no assento do ônibus ou por toalhas, por exemplo. Se a gente pensar assim, em qualquer lugar que você tiver um contato com esse eventual vírus, você pode desenvolver uma verruga, né? E não é assim”, explica o médico.
Com informações G1