Uma paciente de Santa Maria do Cambucá, no Agreste de Pernambuco, foi diagnosticada com raiva humana após ser internada no último dia 31 de dezembro. A mulher, que apresentava dormência no tórax, dores e fraqueza muscular, teve a infecção confirmada pelo Instituto Pasteur, em São Paulo, na noite de terça-feira (07/01), conforme comunicado pela Secretaria Estadual de Saúde (SES-PE).
Segundo o laudo, o vírus tem origem silvestre. Investigações iniciais sugerem que queimadas na região podem ter forçado um animal a abandonar seu habitat, levando ao contato com a vítima. “Há muitos anos não registramos casos de raiva humana no estado. No entanto, a vigilância continua monitorando o vírus em animais silvestres. É importante reforçar que, enquanto os animais domésticos devem ser vacinados regularmente, os silvestres podem transmitir o vírus e exigem atenção redobrada”, explicou Eduardo Bezerra, diretor-geral de Vigilância Ambiental de Pernambuco.
Diante de agressões por animais silvestres, a orientação é buscar atendimento médico imediato para avaliar a necessidade de profilaxia, que pode incluir a aplicação de vacinas ou soro. A SES-PE destaca a importância da vacinação de animais domésticos e do cuidado em áreas onde o contato com animais silvestres é mais frequente.
A raiva é uma doença grave causada pelo vírus do gênero Lyssavirus, presente na saliva de animais transmissores, como morcegos, saguis, raposas, cães e gatos. Apesar de ser quase sempre fatal após o surgimento dos sintomas, pode ser prevenida com a administração da vacina antirrábica e, em casos específicos, do soro antirrábico. Entre 2010 e 2024, foram registrados 48 casos de raiva humana no Brasil, dos quais 24 foram causados por morcegos, nove por cães, seis por primatas não humanos, dois por raposas, quatro por felinos, e um por bovino. Na história dos casos de raiva humana no Brasil, apenas dois pacientes sobreviveram.
Em caso de mordidas ou arranhões, recomenda-se lavar o ferimento com água e sabão e procurar atendimento médico imediato. A profilaxia depende do tipo de animal envolvido e da gravidade da lesão. Especialistas ressaltam a importância da prevenção, com a vacina disponível nos postos de saúde.
Incidentes envolvendo animais silvestres tendem a aumentar devido ao desmatamento, que reduz o habitat natural, principalmente na Amazônia e no Cerrado. Em 2022, o ICMBio classificou 1.254 espécies de animais brasileiros como ameaçadas, sendo 360 em perigo crítico, forçando as espécies a se aproximarem cada vez mais dos centros urbanos.
Com informações Terra notícias