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quinta-feira, 9 de janeiro, 2025

Desastres climáticos em 2024, mais de 8.700 mortos e 40 milhões de desabrigados

O ano de 2024 foi marcado por eventos climáticos extremos que causaram a morte de mais de 8.700 pessoas e deixaram cerca de 40 milhões de desabrigados, conforme o Global Water Monitor Report, publicado em 6 de janeiro e liderado pela Universidade Nacional da Austrália. O relatório, que analisa os efeitos das chuvas intensas e das secas ao redor do mundo, destaca um aumento alarmante na frequência e na intensidade desses desastres hídricos.

Entre as constatações mais impactantes do estudo, está o aumento de 27% nos locais que registraram recordes de precipitação mensal desde o início do século. Além disso, eventos extremos de seca cresceram 38% no mesmo período, refletindo uma intensificação das mudanças climáticas que comprometem a disponibilidade de água e geram riscos elevados para a segurança e bem-estar das populações. Albert van Dijk, líder do projeto, destacou que o ano de 2024 foi particularmente severo, com uma combinação de chuvas torrenciais e secas prolongadas afetando diretamente a infraestrutura e os recursos naturais de diversas regiões.

O Brasil foi um dos países mais afetados, com as enchentes no Rio Grande do Sul resultando na morte de 80 pessoas, de acordo com o relatório. Embora as autoridades locais tenham contabilizado um número maior de vítimas, o estudo adota uma metodologia que resulta em números mais conservadores. Além das enchentes, o país enfrentou também uma grave seca na região da Amazônia, destacada como um dos 17 desastres hídricos mais impactantes de 2024. Este fenômeno afetou não apenas a geração de energia hidrelétrica, mas também o transporte e a vida cotidiana das populações locais, conforme alertou Van Dijk, que enfatizou os efeitos indiretos da seca na região.

Os desastres climáticos de 2024, embora paradoxais em sua natureza – com eventos extremos de chuvas e secas ocorrendo simultaneamente – estão em consonância com as previsões do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC). O aumento da temperatura global acelera o ciclo de evaporação e precipitação, intensificando tanto as inundações quanto as secas. Em 2024, as temperaturas sobre a terra foram 1,2°C mais quentes do que no início do século, e novos recordes de calor foram registrados em 34 países ao redor do mundo. O evento mais mortal do ano ocorreu em Papua-Nova Guiné, onde deslizamentos de terra e inundações em maio causaram a morte de cerca de 2.000 pessoas.

No cenário global, a seca no sul da África foi a catástrofe hídrica mais custosa, com perdas financeiras estimadas em US$ 5,5 bilhões. Esse desastre exacerbou a crise de insegurança alimentar na região, à medida que as plantações foram devastadas e a escassez de água se intensificou. Além disso, o estoque de água doce em lagos e reservatórios continuou a cair pelo quinto ano consecutivo, com níveis críticos observados na América do Sul e na África.

Previsões para 2025: Riscos de Secas e Inundações

O relatório também traz previsões alarmantes para 2025, indicando que a escassez de água pode se intensificar em várias regiões, enquanto áreas da Europa e Ásia enfrentam um risco elevado de inundações. As mudanças climáticas, cada vez mais evidentes, são apontadas como o principal fator por trás desses eventos extremos, com consequências diretas para a segurança hídrica, a agricultura e a vida das populações afetadas.

A situação global exige uma resposta coordenada e urgente dos governos, da sociedade civil e das organizações internacionais, não apenas para mitigar os impactos das mudanças climáticas, mas também para preparar o mundo para os desafios cada vez mais intensos que 2025 e os anos seguintes prometem trazer.

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