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quarta-feira, 8 de janeiro, 2025

Autoridade de saúde dos EUA sugere advertências de câncer em bebidas alcoólicas, similar aos rótulos de cigarros

Na última sexta-feira (03/01), a principal autoridade em saúde pública dos Estados Unidos, Vivek Murthy, recomendou que bebidas alcoólicas passem a incluir advertências de risco similares às presentes nos rótulos de cigarros. O comunicado destacou novas pesquisas que associam o consumo de álcool a sete tipos de câncer, alertando que “a maioria dos americanos desconhece esse risco”.

Segundo o documento, cerca de 100 mil casos de câncer e 20 mil mortes anuais nos EUA são causadas pelo álcool. Murthy também propôs uma reavaliação dos limites de consumo de álcool e a ampliação das ações educativas sobre os riscos de câncer associados à bebida. O cirurgião-geral, principal porta-voz do governo federal em questões de saúde pública, afirmou que o álcool é a terceira maior causa de câncer evitável, atrás apenas do tabaco e da obesidade.

O comunicado destaca que a relação entre o consumo de álcool e o risco de câncer está bem estabelecida para pelo menos sete tipos de câncer, independentemente do tipo de bebida: cerveja, vinho ou destilados. Isso inclui câncer de mama, garganta, fígado, esôfago, boca, laringe e cólon.

O relatório sugere que profissionais de saúde devem incentivar triagens para identificar pessoas com consumo excessivo de álcool e encaminhá-las para tratamento quando necessário, além de reforçar iniciativas de conscientização. Atualmente, os rótulos de advertência obrigatórios nos EUA indicam que mulheres grávidas não devem consumir álcool devido ao risco de anomalias congênitas e alertam que “o consumo de bebidas alcoólicas prejudica a capacidade de dirigir e operar máquinas, além de causar problemas de saúde”.

Nos últimos 20 anos, mais países têm adotado rótulos de advertência para informar os consumidores sobre os riscos do álcool. O relatório Global Status Report for Alcohol and Health, da Organização Mundial da Saúde (OMS), citado no comunicado de Murthy, indicou que 47 países membros exigiam avisos de saúde e segurança em rótulos de bebidas alcoólicas em 2018, em comparação com 31 em 2014.

A Irlanda será o primeiro país do mundo a exigir, a partir de 2026, um alerta que liga qualquer nível de consumo de álcool ao câncer em todas as garrafas de bebidas alcoólicas. A Coreia do Sul também exige advertências específicas sobre câncer em bebidas alcoólicas.

Nos EUA, o Congresso precisa aprovar mudanças nos rótulos de advertência, que não são atualizados desde 1988. Não está claro se a administração Trump apoiará a proposta de Murthy. Muitos países também revisaram os limites recomendados de consumo após novos estudos indicarem que nenhuma quantidade de álcool é segura. No Canadá, a recomendação passou de quase duas doses por dia para duas por semana no ano passado. Nos EUA, recomenda-se no máximo duas doses por dia para homens e uma para mulheres. No Reino Unido, o limite é de 14 unidades de álcool por semana – cerca de seis taças de vinho ou seis pints de cerveja.

Após o anúncio, as ações de empresas de bebidas alcoólicas listadas nos EUA, como a Diageo, maior fabricante de destilados do mundo, caíram até 4%. No Brasil, a Anvisa alterou a regra para a rotulagem nutricional de alimentos em 2020, exigindo que produtos com alto teor de açúcar adicionado, sódio e gorduras saturadas indiquem essas informações na frente da embalagem. As bebidas alcoólicas, no entanto, têm a tabela nutricional voluntária e estão liberadas para declarar apenas o valor energético total do produto.

Com informações BBC News

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