Matheus Moreira Pirollo, gerente de apoio aos municípios da secretaria destacou as estratégias de combate durante entrevista à Rádio Caçula nesta quinta-feira, 12.
Nesta quinta-feira, 12, Matheus Moreira Pirollo, gerente de apoio aos municípios da Secretaria de Estado de Saúde (SES) de Mato Grosso do Sul, participou do programa “A Hora da Notícia” na Rádio Caçula para discutir um tema alarmante: o crescente uso de cigarros eletrônicos por adolescentes em ambientes escolares.
Comercializados ilegalmente no Brasil desde 2009, os dispositivos vêm ganhando popularidade entre jovens devido a sua aparência atrativa e facilidade de camuflagem em materiais escolares, como borrachas, lapiseiras e pendrives. “Esses produtos são proibidos, entram no país por contrabando e possuem forte apelo ao público jovem, muitas vezes até crianças”, destacou Pirollo.
A retomada das aulas presenciais após a pandemia trouxe à tona a disseminação desses dispositivos nos ambientes escolares. Segundo Pirollo, diretores de escolas estaduais têm registrado flagrantes recorrentes e, em parceria com a Secretaria de Estado de Educação, foi desenvolvido o Sistema de Notificação de Ocorrências Escolares (SNOE). “Já identificamos mais de 200 apreensões de cigarros eletrônicos nas escolas, mas acreditamos que este número é subnotificado”, revelou.
A SES, em conjunto com a Vigilância Sanitária Estadual, elaborou um protocolo de cinco passos para enfrentar o problema. Entre as ações destacam-se a conscientização de professores e alunos sobre os malefícios dos dispositivos, a inclusão do tema no Programa Saúde na Escola (PSE) de 2025 e operações de fiscalização em comércio e entorno de escolas.
Além do trabalho educativo, operações são realizadas com a Vigilância Sanitária e o Procon para identificar pontos de venda ilegais. “Damos preferência a tabacarias e conveniências próximas às escolas, mas qualquer denúncia é investigada, independentemente da localização”, explicou Pirollo. Os canais de denúncia, 136 (Ouvidoria Nacional do SUS) e 151 (Procon Estadual), têm sido essenciais para monitorar o comércio irregular.
Porém, um desafio significativo é a proximidade com a fronteira seca com o Paraguai, por onde entram cerca de 95% dos cigarros eletrônicos consumidos no Brasil. “Mato Grosso do Sul é a rota de entrada desses produtos e ocupa o segundo lugar no consumo proporcional do país, atrás apenas do Paraná. Trabalhamos para tirar o estado dessa estatística vergonhosa”, reforçou.
Com a intensificação das operações e conscientização, a SES espera dificultar o acesso dos jovens a esses dispositivos e reduzir os riscos à saúde. Pirollo concluiu enfatizando a importância do envolvimento da comunidade escolar e das denúncias anônimas para o sucesso das estratégias.