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Obama denuncia desigualdade em discurso do Estado da União

Geral – 25/01/2012 – 12:01

O presidente americano, Barack Obama, destacou em seu discurso do Estado da União que o desafio mais urgente nos Estados Unidos é restaurar o sonho americano, garantindo que todo cidadão que trabalhe duro tenha sua recompensa, através de uma reforma tributária que permita maior igualdade.

“Nós podemos nos contentar com um país onde um cada vez menor número de pessoas vive muito bem, enquanto um crescente número de americanos mal levam a vida”, afirmou o presidente, definindo essa questão como o desafio “mais urgente” e o debate “mais importante”.

Em discurso populista e desafiador ao Congresso, Obama, que busca a reeleição esse ano, propôs mudanças radicais na legislação tributária – destacando que os milionários deveriam pagar um imposto de no mínimo 30% – para eliminar as desigualdades que permitam aos ricos pagarem taxas menores em comparação à classe média.

A mensagem de Obama carrega um tom eleitoral, uma vez que a divulgação da declaração do imposto de renda de Mitt Romney – um potencial rival republicano – mostra que ele – um dos candidatos mais ricos a concorrer pela Casa Branca na história -, paga 13,9% de impostos, uma quantia bem menor que a maior parte dos americanos.

“Milhões de americanos que trabalham duro e cumprem as leis todos os dias merecem um governo e um sistema financeiro que faça o mesmo”, disse o presidente. “É hora de aplicar as mesmas regras de cima para baixo.”

Obama defendeu uma longa lista das políticas que são sua marca – reformas em Wall Street, reformas na saúde, gastos estimulados pelo governo -, enquanto também ofereceu propostas de interesse republicano, como novas reduções nos impostos corporativos.

Em uma atmosfera festiva e tranquila, com a participação da congressista Gabrielle Giffords que renunciará ao cargo para tratamento por ter sido baleada na cabeça no ano passado, Obama começou e terminou seu discurso de mais de uma hora saudando os soldados que lutaram nas guerras do Iraque e o Afeganistão e destacando que seu trabalho em equipe deve servir como exemplo para o país enfrentar seus desafios.

Obama propôs a utilização de metade do dinheiro economizado com o fim das guerras para cobrir os custos em novos investimentos de infraestrutura dentro do país.

Ele pediu por uma redução nos impostos corporativos e o maior incentivo para que indústrias americanas tragam “os empregos de volta para o país”, ao mesmo tempo em que defendeu a retirada de incentivos fiscais para empresas que terceirizam sua mão de obra. Obama disse que cada companhia multinacional deveria pagar uma taxa mínima de impostos, enquanto os fabricantes norte-americanos mereceriam uma isenção.

“É hora de pararmos de recompensar empresas que buscam empregos fora do país, e começar a recompensar companhias que criam empregos aqui na América”, disse Obama para em seguida alfinetar o Congresso. “Enviem-me um projeto de lei com essas reformas tributárias, que eu assino imediatamente”.

Obama falou sobre a criação de uma nova unidade para investigar práticas comericais injustas no mundo, principalmente na China. Obama disse que os EUA iriam dar às suas empresas capacidade de ficar a pé das chinesas ou outros competidores que se utilizem de medidas injustas para tornar seus produtos mais atraentes e competitivos. Ele defendeu melhores inspeções para impedir que produtos falsificados e piratas entrem no país.

Ele pediu que o Congresso aja de forma mais compreensiva com a reforma das leis imigratórias, uma importante plataforma eleitoral que garante o voto dos hispânicos – volumosa massa eleitoral de Obama em 2008.

Apesar de o discurso de Obama ter se voltado quase que exclusivamente aos assuntos domésticos, o presidente resgauardou alguns minutos para tratar do papel de seu país nas relações exteriores.

O presidente disse que a guerra no Iraque serviu para aplicar ações “decisivas” contra inimigos americanos, citando a Al-Qaeda. “Com uma posição fortalecida, começamos a amainar a guerra no Afeganistão. 10 mil tropas já voltaram para casa. 23 mil retornarão até o fim do verão”, disse.

O presidente fez referências às revoltas populares no norte da África e no Oriente Médio. “Um ano atrás, Kadafi era um dos mais longevos ditadores do mundo – um assassino com sangue americano em suas mãos. Hoje ele está morto. Na Síria, eu não tenho dúvidas de que o regime de Assad logo descobrirá que as forças da mudança não podem ser revertidas e que a dignidade humana não pode ser negada”, disse.

Obama falou sobre o Irã e o seu programa nuclear. “A América está determinada a prevenir o Irã de conseguir uma bomba nuclear e eu não descartarei nenhuma das opções sobre a mesa para conseguir isso”, disse.

Ele garantiu que o país mantém sua força e negou que os EUA estejam perdendo a sua força geopolítica. Obama afirmou que a “renovação da liderança americana pode ser sentida ao redor do mundo” e quem disser que a influência dos EUA está diminuindo “não sabe do que está falando”. “Não é isso que as pessoas percebem, de Tóquio a Berlim, da Cidade do Cabo ao Rio”.

Clima eleitoral

Já era esperado que Obama usasse seu importante discurso para divulgar novas iniciativas sobre impostos, aproveitando o momento de evidência para a defesa de seu segundo mandato.

Na maior parte, as popostas de Obama encontrarão profunda resistência republicana, limitando qualquer chance de progresso em um Congresso dividido antes da eleição presidencal de 6 de novembro.

Mas a Casa Branca espera que Obama garanta respaldo suficiente entre os eleitores para restaurar a fé em sua liderança na economia, em um momento em que se defende dos ataques mais intensos de pré-candidatos republicanos, que postulam ser seu adversário na votação.

Horas antes do seu pronunciamento, o ex-governador de Massachusetts Mitt Romney, um dos aspirantes à candidatura republicana, disse que o discurso sobre o Estado da União deverá ser o último de Obama, acrescentando que o “desesperado” presidente precisa ser vencido para que “a alma dos EUA” seja salva.

Veja especial do iG sobre eleições nos EUA

Na Flórida, onde está em campanha eleitoral, Romney fez o que chamou de “réplica antecipada” ao discurso de Obama no Capitólio.

“O fundamental é fazermos do discurso de hoje o último de Barack Obama sobre o Estado da União”, disse Romney em uma fábrica fechada no Estado, que se tornou um símbolo do fracasso econômico dos últimos anos. “Nossa campanha é muito mais do que substituir um presidente, trata-se de salvar a alma dos Estados Unidos.”

Romney acusou Obama de fracassar em apresentar soluções para a alta taxa de desemprego, de gastar US$ 787 bilhões em vão e de forçar a aprovação de uma reforma do sistema de saúde que, segundo ele, não é aceita pelos americanos. O ex-governador também criticou os planos de Obama de aplicar impostos maiores aos americanos mais ricos.

Fonte: Ig

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