Geral – 24/01/2012 – 16:01
Sem grandes avanços na Grécia, os investidores seguem mais cautelosos nesta terça-feira (24) e o dólar comercial opera em alta de 0,87%, cotado a R$ 1,767. Mantendo essa trajetória, a moeda vai interromper uma sequência de seis quedas. Em 2012, a divisa ainda acumula perdas de 5,43%.
A proposta do IFF (Institute of International Finance) de receber um rendimento em cerca de 4% por novos bônus de emissão grega, foi negada pelos ministros das Finanças da região. Outro ponto de discordância reside na porcentagem de perdas a serem admitidas pelos credores privados em relação à dívida da Grécia.
Porém, Sidnei Nehme da NGO Corretora de câmbio, diz que trata-se de um movimento de curtíssimo prazo. “Os inúmeros segmentos do mercado financeiro operam com visão de curtíssimo prazo, o que faz com que estejam presentes riscos consideráveis caso ocorram alguns movimentos rápidos de desmontes, deixando o lucro com poucos e os prejuízos com muitos, normalmente os que acreditaram que haviam tendências efetivas, que naturalmente, neste início do ano estão ausentes”.
Neste sentido o especialista reforça uma tendência do nosso marcado. “Estamos num momento de intensa captação de empréstimos por parte de empresas e bancos, o Brasil é atraente para a locação dos recursos para rentabilização por parte dos estrangeiros”, diz.
Tendência poderá ser contrariada
Porém, Nehme não acredita que no ingresso de IED (Investimentos Estrangeiros Diretos) com o objetivo de rentabilizar recursos externos. “Contudo, temos em perspectiva que estes investimentos não serão volumosos para o Brasil, pois dependem menos da nossa atratividade e mais de decisões estratégicas dos investidores estrangeiros, que acreditamos, tendem a postergar as imobilizações de capitais e optar por manter a liquidez remunerada”, explica.
Assim, o especialista projeta um fluxo cambial menos intenso liquidamente, que poderá impactar na formação da taxa da moeda americana elevando-a no nosso mercado de câmbio, contrariando, segundo ele, as “apostas” na apreciação do real interna e externamente.
“Acreditamos que, gradualmente, os comportamentos internos dos ativos passarão da visão de curtíssimo prazo para uma perspectiva mais consistente a respeito do ano de 2012, e, a partir deste ponto, poderemos ter tendências efetivas, mais compatíveis com o cenário prospectivo”, conclui.
Indicadores
Na agenda desta terça-feira, o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) divulgou o IPCA-15 (Índice de Preços ao Consumidor Amplo) de janeiro, que marcou inflação de 0,65%.
O BC também publicou a Nota do Setor Externo, apontando um superávit do balanço de pagamentos externos da ordem de US$ 525 milhões em dezembro e de 58,6 bilhões em 2011. Além disso, a Serasa Experian divulgou dados da atividade econômica brasileira de dezembro, que apontou queda.
Fonte: G1