27.6 C
Três Lagoas
sábado, 23 de novembro, 2024

Medo da dengue é maior entre mais velhos, menos escolarizados e de baixa renda, diz Datafolha

CORREIO DO ESTADO – O medo de contrair dengue atinge de forma desigual a população da cidade de São Paulo. De acordo com pesquisa Datafolha, o temor de adoecer é maior entre pessoas mais velhas, menos escolarizadas e de baixa renda. Os dados foram coletados nos dias 7 e 8 de março em pontos de grande fluxo populacional na capital paulista. Foram ouvidas 1.090 pessoas para o levantamento, que tem margem de erro de três pontos percentuais para mais ou menos. A pesquisa está registrada na Justiça Eleitoral sob o protocolo SP-08862/2024.

Segundo o instituto, 43% dos entrevistados responderam que têm “muito medo” de pegar dengue, enquanto 33% disseram ter “um pouco de medo” e 23% que “não têm medo”.
A percepção muda conforme a faixa etária dos entrevistados. Entre jovens de 16 a 24 anos, 31% disseram ter muito medo da doença. Já entre pessoas de 60 anos ou mais, 53% responderam dessa forma. Idosos são considerados grupo de risco para a dengue, assim como crianças de até dois anos e gestantes.

“Você tem em comum entre esses grupos uma resposta imunológica pior. No caso dos idosos, outro fator é a presença de comorbidades, como hipertensão, diabetes, obesidade e outras doenças cardíacas, além do uso de medicamentos”, explica o infectologista Evaldo Stanislau de Araújo, do Hospital das Clínicas da FMUSP (Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo).

A pesquisa ainda indica que o medo da dengue é menor entre a população mais rica. Ao se considerar apenas os entrevistados com renda familiar mensal superior a 10 salários mínimos, 30% disseram ter “muito medo” da doença, enquanto 28% disseram que “não têm medo”. Já entre os paulistanos que ganham até 2 salários mínimos por mês, 49% responderam que têm “muito medo” e 23% que “não têm medo”. O temor também varia de acordo com o grau de escolaridade. A proporção dos que têm “muito medo” cai entre aqueles com ensino superior: 39% responderam dessa forma. A taxa sobe para 53% ao se considerar os entrevistados que têm somente o ensino fundamental.

“Para esse estrato de pessoas que se julgam inatingíveis, que acham que não podem ter nada, eu recomendo cautela. Eu queria lembrar que na história da humanidade quem mais matou foram os mosquitos. Doenças transmitidas por mosquitos, ao longo da história da humanidade e até os dias modernos, como a gente está vendo, elas são implacáveis e podem matar pessoas de qualquer religião, cor e estrato social”, afirma Araújo.


Segundo o especialista, bairros mais populosos e menos urbanizados reúnem condições favoráveis à maior transmissão da doença. “Não significa dizer que os bairros mais ‘nobres’ possam achar que são inatingíveis, porque a circulação de pessoas e a condição climatológica favorece que mesmo nesses bairros a gente tenha ocorrência de casos”, pondera o médico.

A cidade de São Paulo já registrou oito mortes por dengue em 2024, segundo a Secretaria Municipal de Saúde. Até 6 de março, o município contabilizou 35 mil casos da doença, e a situação é considerada epidêmica em 31 distritos.

Deu na Rádio Caçula? Fique sabendo na hora!
Siga nos no Google Notícias (clique aqui).
Quer falar com a gente? Estamos no Whatsapp (clique aqui) também.

Veja também

Hemosul de MS investe em qualificação e informação voltado ao atendimento ao público

Só nesta primeira quinzena de novembro foram quatro iniciativas de suma importância para os atendimentos diários do Hemosul, como é o caso da ‘Formação em Urgência e Emergência: suporte básico e avançado à vida’.

Estudo sobre florestas plantadas em MS contribuem para a meta de carbono neutro

Este resultado gerou um artigo, que projetou o Mato Grosso do Sul em uma das revistas científicas mais importantes da Europa.

Estado registra 16.012 casos confirmados de dengue em novo boletim

Ainda conforme o boletim, 100.999 doses do imunizante já foram aplicadas para idade permitida em bula na população.