CORREIO DO ESTADO – Dados divulgados pelo Centro de Monitoramento do Tempo e do Clima (CEMTEC-MS) apontam que 41 municípios registraram chuvas abaixo da média, no mês de janeiro de 2024, em Mato Grosso do Sul. No mês passado, as regiões extremo sul, norte, leste e nordeste de MS registraram precipitação entre 90-180 milímetros. Em alguns municípios destas regiões as chuvas ficaram acima da média histórica, representando 100-125% acima da climatologia.
Nas regiões central e sudeste do Estado, as chuvas variaram entre 30-90 mm, representando 25-50% abaixo do que é esperado para o mês. De 47 municípios analisados, 6 registraram chuva acima da média e 41 abaixo da média. O município que teve maior precipitação foi Juti, com 266,2 milímetros de chuva no mês, o que representa 59% acima da média histórica. Já a cidade com menor precipitação foi Bonito, com 43 milímetros, o que significa 77% abaixo da média histórica.
Campo Grande registrou 96 milímetros no mês passado, o que representa 57% abaixo do esperado. Com isso, teve o janeiro mais seco dos últimos 26 anos, de acordo com o meteorologista Natálio Abrahão. O menor volume do que do mês passado foi registrado em 1998, quando foram contabilizados 72,7 milímetros.
Além de pouca chuva, o Estado enfrenta altas temperaturas e baixa umidade relativa do ar em pleno verão, estação geralmente chuvosa com alto índice pluviométrico e elevada umidade relativa do ar. A estiagem fora de época provocou queimadas na Serra do Amolar em pleno janeiro, algo incomum para o período. Mais de 2,4 mil hectares foram destruídos pelo fogo entre 27 de janeiro e 2 de fevereiro. A fumaça chegou a ser vista em Corumbá e Ladário, distantes a 230 quilômetros da Serra do Amolar.
De acordo com o CEMTEC, houve uma intensificação das condições de seca no estado, principalmente nos últimos três e seis meses.
EL NIÑO
De acordo com o meteorologista do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), Olívio Bahia, El Niño é o aquecimento acima do normal das águas do Oceano Pacífico. O fenômeno é responsável por alterar a distribuição de umidade e as temperaturas em várias áreas do planeta.
Há 100% de probabilidade de ocorrer o fenômeno El Niño em janeiro, fevereiro e março de 2024, inclusive, pode atingir sua intensidade máxima durante a estação. O El Niño deve provocar tempestades, altas temperaturas e novas ondas de calor.