O esquema de rastreamento ilegal de celulares pela Agência Brasileira de Inteligência (Abin), alvo da operação deflagrada pela Polícia Federal nesta sexta-feira (20), inclui um uso “sistemático” da ferramenta durante o período eleitoral e um “cerco ao STF”.
As informações foram passadas à TV Globo por investigadores ligados ao caso.
Segundo um desses interlocutores, durante meses, a espionagem eletrônica rastreou “centenas de celulares” de quem frequentava o STF.
Além dos servidores do tribunal, foram monitorados advogados, policiais, jornalistas e os próprios ministros. A investigação identificou 33 mil acessos da localização telefônica dos mais diversos alvos.
Em nota após a operação, a Abin informou que instaurou um procedimento para apurar a questão, que todas as solicitações da PF e do STF foram atendidas integralmente, e que colaborou com as investigações desde o início.
Segundo uma fonte ouvida pela reportagem, buscas foram feitas em três andares da Cognyte, empresa fornecedora da tecnologia, que fica em Santa Catarina. Primeiras informações indicam que o Exército poderia estar utilizando a ferramenta.
A partir das apreensões, a PF deve aprofundar as investigações e abrir uma nova frente de apuração para entender se o Exército estaria ou não usando o sistema ilegalmente, por quais motivos e por quanto tempo.