Em entrevista, declarou que a estatal possui três fábricas iniciadas. Uma delas, é a UFN-3, cuja obra está paralisada desde 2014.
A Petrobras deve retomar a construção de três fábricas de fertilizantes no país, é o que diz o Ministro da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Carlos Fávaro em entrevista nesta terça, dia 17.
Segundo ele, “Tem três iniciadas. A proposta é estruturar, ver o que precisa para terminar e elas voltem a ficar prontas para fornecer nitrogenados. Nós queremos investir em tecnologia, na busca por fosfatados, que têm um pouco no Brasil, e também de cloreto de potássio. Tem um plano nacional de fertilizantes, que nós vamos dar continuidade. O presidente Lula já determinou ao meu colega ministro de Minas e Energia (Alexandre Silveira) para que um dos programas que a Petrobras tem que participar é na continuidade de plantas de produção de nitrogenados, que já estavam começadas e foram paralisadas, as três que voltam“, disse o ministro que, mesmo não tendo citado, uma dessa fábricas é a Unidade de Fertilizantes Nitrogenados, a UFN-3 de Três Lagoas, cuja obra está paralisada desde dezembro de 2014.
As obras, que já avançaram cerca de 81% começaram em 2011, até o contrato com o Consórcio UFN-3 ser rompido pela Petrobrás, que declarou em 2017 não ter interesse no seguimento de fertilizantes, colocando a unidade à venda, junto com uma outra fábrica localizada no Paraná, e em 2020 arrendando duas unidades, na Bahia e em Sergipe para o grupo Unigel, depois do encerramento das atividades no local.
O processo de venda da UFN-3 foi retomado no fim de maio de 2022 depois de várias tentativas, sem sucesso. A estatal declarou que o plano de negócios que era proposto pelo grupo russo Acron, iria impossibilitar as aprovações governamentais, já que o requisito para transição mínimo exigido do comprador era de concluir as obras de construção, porém a empresa tinha o plano para fazer somente uma misturadora na estrutura da UFN-3 e não a produção de nitrogenados.
Segundo o novo titular da pasta, a ideia é a retomada das fábricas pela Petrobras. “Nós vivemos em um mundo globalizado e com a pandemia e depois a guerra da Ucrânia, nós vimos as fragilidades desse mundo globalizado. Isso aconteceu nos combustíveis, o preço do petróleo disparou, nós vimos as fragilidades. Vimos a insegurança nacional de não ter fertilizantes. Fertilizantes têm que ser tratados, descobrimos isso, quase como segurança alimentar, segurança nacional, porque não tem alimento se não tiver fertilizantes”.
Outra empresa que estava analisando a possibilidade de compra da UFN-3 era a norueguesa Yara Fertilizantes, um dos principais players globais e do setor de fertilizantes no país. Ela também estava em negociação de uma outra unidade de nitrogenados no Paraná, mas desistiu de seguir com o processo de compra.