Assim que o suspeito chegou, na 4ª Delegacia de Polícia, localizada no bairro Moreninhas, a família da vítima o confrontou. Acompanhado do advogado, o caminhoneiro ficou em silêncio. Já a família demonstrou insatisfação com a soltura dele e ressaltou que o “Natal acabou”.
A família do motociclista de 28 anos, morto após grave acidente na Avenida Salgado Filho, em Campo Grande, compareceu na delegacia para depoimento, na tarde desta quinta-feira (22). Além deles, o caminhoneiro envolvido – que fugiu logo após os fatos, há três dias – também se apresentou.
Assim que o suspeito chegou, na 4ª Delegacia de Polícia, localizada no bairro Moreninhas, a família da vítima o confrontou. Acompanhado do advogado, o caminhoneiro ficou em silêncio. Já a família demonstrou insatisfação com a soltura dele e ressaltou que o “Natal acabou”.
“A gente tá correndo atrás da Justiça. Amanhã vamos fazer uma manifestação em frente ao MPF [Ministério Público Federal]. O caminhoneiro tinha até um passageiro. Ele pediu para parar, mas, ele deu sequência. É algo revoltante, estamos sem chão. Acabou tudo pra gente: família, Natal e Ano Novo. Meu imrão era um ser humano de coração grande e ficou largado lá, jogado e sem nenhum socorro, como se fosse um cachorro”, afirmou ao Jornal Midiamax o irmão mais velho, um carpinteiro de 31 anos.
Mãe não come e pai não para de chorar, lamenta irmão da vítima
Segundo o irmão, o caminhoneiro chegou a pegar o celular emprestado, logo após o acidente, para contar ao patrão o que havia acontecido. “Ele teve total consciência do que tinha feito, tanto que fugiu e até agora não acharam este veículo. A minha mãe não come mais, o meu pai não para de chorar, não temos mais vida. Agora, na famíla, só lembranças”, lamentou.
Neste Natal, o irmão argumentou que parentes chegaram do Rio Grande do Sul para festa, mas, agora “não tem clima”. A esposa da vítima, uma jovem de 27 anos, contou que estava junto com a vítima há 7 anos e que ele era um marido exemplar.
“Estou sem chão, está muito dificil. Tudo me lembra ele. A gente fazia tudo junto, tínhamos o sonho de abrir a nossa empresa no ano que vem e já estudo tudo comprado, o maquinário, tudo. Nós construímos o salão juntos e, durante a tarde, a gente ia lá erguer as paredes. Tava tudo certo para inaugurar a pizzaria e a hamburgueira no ano que vem, só que agora acabou o nosso sonho”, falou.
‘Suspeito saiu pela porta da frente. É revoltante’, lamenta esposa
O sentimento da revolta da esposa ainda fica latente quando ela fala da filha da vítima. “Ele tem uma filha de sete anos. Trabalhava em dois empregos. E agora, como vai ficar? É bem complicado, tudo me lembra ele. E vejo que o Brasil não tem Justiça porque a pessoa [suspeito] matou e fugiu. Agora ele vem aqui e sai pela porta da frente”, lamentou.
Já o advogado da acusação fala que o acidente foi qualificado como um crime culposo e, desta forma, não foi decretada a prisão preventiva do caminhoneiro. “Estou dando asistência na parte jurídica e ajudando na busca por testemunhas e a documentação, para tornar mais ágil o inquérito e o processo. Neste caso, como ele [vítima] tem uma filha, vamos atrás de indenização e medidas judiciais de pensão”, ressaltou.
Acidente e fuga do caminhoneiro
Na tarde da última segunda-feira (19), motociclista de 28 anos morreu em um grave acidente na Avenida Salgado Filho, região do Jardim Paulista. O caminhão envolvido na colisão teria fugido do local.
Conforme as primeiras informações, houve a colisão entre a moto Honda CB300 e o caminhão no cruzamento da Salgado Filho com a Rua Thomás Edson. O veículo de carga teria fugido.
No entanto, ainda não há detalhes sobre as causas do acidente. Equipes do Corpo de Bombeiros foram acionadas, mas o motociclista não resistiu aos graves ferimentos.
Então, Polícia Civil e Perícia também foram acionadas. O caminhoneiro deve responder pelo homicídio culposo.