Saúde – 11/08/2012 – 07:08
A greve dos cardiologistas da Santa Casa, que iniciou no último dia 28 de julho, já está superlotando os hospitais Regional e Universitário em Campo Grande. O diretor clínico da Santa Casa, Heitor Salles, informou que esses hospitais não têm estrutura para assumir a demanda e que vai procurar o Ministério Público para encontrar uma solução. O coordenador do Samu, Mauro Ribeiro, confirmou a superlotação e acredita que “algo deve ser feito e logo”, uma vez que a demanda da Santa Casa é de grande volume.
Para o médico Heitor Salles, ter o cardiologista no local é muito melhor. “Praticamente todas as autoridade conhecem a realidade e a gravidade da questão porque são médicos. Ter o cardiologista no plantão presencial é muito melhor, mas parece que apenas quem está clinicando é que sabe disso. Os Hospitais já não estão dando conta da demanda da Santa Casa e o que nós queremos é fazer um trabalho melhor do que o que está sendo feito hoje. Vou ao MPE para conversar com o promotor porque isso precisa ter uma solução”, ressaltou.
O coordenador do Samu informou que não há mais condições de manter a Santa Casa sem os atendimentos. “Os hospitais não têm condições de atender. Eles estão recebendo os pacientes, mas já estão superlotados. Quando você para o atendimento em um local de grande volume como a Santa Casa, que levou 80 nos para atingir o patamar que tem hoje e que é um dos 10 melhores hospitais do país a situação se torna complicada. O risco de um paciente infartado morrer é enorme”, declarou.
A reportagem do Midiamax esteve no Hospital Universitário e no Regional para verificar como estão os atendimentos de cardiologia nas emergências. No HU a informação é a mesma do Regional: os pacientes estão sendo recebidos, mas não há vagas e as pessoas estão espalhadas em macas pelos corredores, onde ficam sem monitores cardíacos e/ou outros equipamentos e recebem atendimento do plantonista. Apenas se o caso for grave o cardiologista entra em ação.
Questionado sobre a negativa de manter os cardiologistas em plantões presenciais na Santa Casa, a secretária Estadual de Saúde, Beatriz Dobashi, explicou que o Governo vai tentar uma negociação.
“O plantão de sobreaviso é perfeitamente possível. A portaria do Ministério da Saúde diz que se a gente tiver a cirurgia cardíaca 24h, ela faz o mesmo papel. Vamos negociar não é porque não queremos o plantão, mas porque estamos sem dinheiro. Cada coisa é R$ 30 mil por mês, R$ 100 mil por mês. O caso é que a saúde aumentou o custo e os repasses não acompanharam esses aumentos”, afirmou.
De acordo com o coordenador da cardiologia da Santa Casa, Waldir Salvi Jr, o plantão de cardiologia da emergência atende pelo menos 600 pessoas por mês. Para manter o serviço presencial, Salvi estima que seria necessário desembolsar uma média de R$ 72 mil mensais, para pagar os 15 plantonistas que estão sem postos de trabalho. Ele explicou que o valor do serviço é baseado no fato do plantão custar R$ 100/hora, numa escala mensal que é de 720 horas. Arquivo
Médicos cardiologistas d Santa Casa estão em greve desde o dia 28 de julho
Já o serviço que estava sendo prestado, com o médico de sobreaviso, custava menos metade do valor do plantão presencial que Hospitais de Alta complexidade, como a Santa Casa, são obrigados a ter, conforme resolução 20/40, do Ministério da Saúde. A categoria acredita que esse é o principal motivo da negativa da secretária em manter os plantões.
Fonte: Midia Max