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Após suposto estupro, anunciantes devem frear investimentos no BBB

Entretenimento – 17/01/2012 – 15:01

Fuga de patrocinadores seria problema para o programa, que perde força todos os anos

O suposto caso de estupro que envolveu os participantes Daniel e Monique na madrugada de sábado para domingo (15) no Big Brother Brasil 12 deve minar o investimento do mercado publicitário nas próximas edições do reality show.

O professor de branding (marcas) da ESPM Julio Moreira explica que os patrocinadores sabem os riscos que correm pelo programa ser ao vivo, mas adverte que, se a polícia investigar o caso a fundo, os anunciantes pensarão duas vezes antes de investir no reality show nas próximas edições.

  • Se ficar algo mais sério, no ano que vem, talvez os novos patrocinadores pensem duas vezes antes de entrar.

Antes de determinar a saída de patrocinadores do programa, porém, a empresa costuma fazer uma série de pesquisas para saber se compensa renovar o contrato, explica o professor de marketing da PUC-SP Ricardo Zanotta.

  • É precipitado fazer uma projeção já para o próximo porque o que vai determinar o interesse do patrocinador é a audiência do programa, que é um dado quantitativo. Depois, o patrocinador tem que fazer uma pesquisa de recall de marca e outra qualitativa sobre como a marca foi impactada pela participação. Se os resultados dessas duas informações forem positivos, a tendência é que os patrocinadores continuem no programa.

A possível fuga dos patrocinadores se tornaria um problema para o programa, porque, segundo Moreira, “ao longo dos anos, o BBB está perdendo força, com diminuição da audiência, embora ainda seja rentável por causa do patrocínio”.

Moreira afirma, porém, que é difícil confirmar que as marcas envolvidas no programa estejam arranhadas, já que “hoje o consumidor está muito consciente” e sabe distinguir uma ação de merchandising de uma empresa dentro do programa e o suposto caso de estupro.

  • O público separa e coloca algo que eventualmente que tenha ocorrido na pessoa [Daniel] e não nas marcas que estão lá.

Zanotta, da PUC-SP, concorda ser difícil determinar o prejuízo concreto para as empresas que patrocinam o reality show.

  • Uma coisa é o comportamento das pessoas lá e o relacionamento entre elas. Ela pode ser mal-educadas e falar palavrão, mas tem uma regra no programa. No momento em que estes participantes estão em uma competição, que tem uma relação com a marca, pode impactar na marca, sim, mas não é o caso que aconteceu agora. É mesmo o risco de se patrocinar artistas de uma forma geral.

A edição deste ano do BBB tem cinco patrocinadores – AmBev (Guaraná Antarctica), Fiat, Niely, Schincariol (Devassa) e Unilever (Omo) -, que desembolsaram R$ 20,6 milhões cada uma para estampar suas marcas no programa, totalizando R$ 103 milhões.

A reportagem do R7 procurou todas as empresas que patrocinam o programa, mas nenhuma quis se pronunciar sobre o caso.

Entenda o caso

A participante Monique ficou embriagada durante uma festa no último sábado (14). Debaixo de um edredom, Daniel agarrou a estudante. A polêmica começou depois que telespectadores disseram no Twitter que ela poderia ter sido vítima de estupro.

Chamada ao confessionário, a estudante disse que não teve relações sexuais com o modelo. O diretor-geral do reality show, J.B. Oliveira, o Boninho, convocou a sister para uma conversa, já que os telespectadores pedem a expulsão do participante.

Em seu blog, Boninho disse: “Ela não confirmou que teve sexo e disse que tudo o que aconteceu foi consensual. Não dá para garantir que houve sexo, muito menos estupro. Eles estavam debaixo do edredon e de lado. Mas o mais importante é que ela [Monique] estava consciente de tudo. Ela me disse que na hora que o clima esquentou pediu para ele [Daniel] sair da cama”.

Após passar pelo confessionário, Monique demonstrou estar confusa: “Será que eu fiz [sexo]?”

Fonte: R7

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