Estudantes afirmam que lei eleitoral não se enquadra nos conteúdos veiculados nos sites do curso.
Após reunião nesta quarta-feira (24), o curso de Jornalismo da UFMS (Universidade Federal de Mato Grosso do Sul) encaminhará denúncia ao MPMS (Ministério Público) para que os sites usados nas disciplinas voltem à rede.
As plataformas foram suspensas temporariamente devido à Lei Federal 9.504, de 30 de setembro de 1997, e alunos apontam que medida é uma censura ao curso.
Conforme o coordenador do curso de Jornalismo, Felipe Quintino, ao final da reunião foi deliberado que o assunto seria levado até o Ministério Público, para que uma liminar possa colocar no ar os sites novamente. E, no próximo mês, uma nova reunião acontecerá e voltará a tratar do assunto.
“Esse foi um dos encaminhamentos. E no dia 1º de setembro, haverá uma reunião do Conselho Universitário e os alunos vão fazer toda uma pressão nessa reunião. Foram os dois encaminhamentos, porque se não voltar ao ar esses sites, os alunos vão perder o semestre”, pontuou.
Nas redes sociais, os alunos se manifestaram contra a medida e afirmam que a retirada do ar dos quatro sites do curso foi feita sem aviso prévio em julho. A justificativa apresentada aos alunos pela reitoria é que a lei eleitoral barra a veiculação de propagandas em plataformas com domínio federal, mas conforme a coordenação e os acadêmicos, a medida não se enquadra nos conteúdos veiculados nos sites do curso. “Todas as informações publicadas são institucionais e possuem caráter jornalístico com fins informativos”, diz trecho de nota do curso.
Estão fora do ar a página institucional do curso, o site ‘Primeira Notícia’, usada na disciplina de ciberjornalismo, o ‘Projétil’, jornal laboratório do curso, e também a plataforma de Fotojornalismo.
O coordenador do curso avaliou a desativação dos sites como uma maneira de censurar o curso. “Trata-se de uma censura prévia e retroativa. Pura censura, nada mais que isso. Temos uma instituição pública federal censurando o curso de jornalismo”, disse.