Problema torna-se mais grave com a guerra na Ucrânia, que pode interromper a importação do produto e, assim, comprometer a próxima safra agrícola brasileira
Simone Tebet, a pré-candidata do MDB à Presidência da República, reuniu-se no fim da manhã desta sexta-feira (04), com o presidente da Petrobrás, general Joaquim Silva e Luna, na sede da empresa, no Rio. No encontro, dois temas foram abordados: o impasse em torno da produção de fertilizantes nitrogenados no país e a alta de combustíveis, duas consequências diretas da guerra na Ucrânia.
Em relação aos fertilizantes, Simone observou que o Brasil é deficitário em relação ao produto e a guerra na Ucrânia pode limitar sua importação. Se isso ocorrer, frisou a senadora, os alimentos chegarão ainda mais caros à mesa do brasileiro, o que é mais uma forma de punir a população, já castigada após dois anos de pandemia.
À saída da reunião, Simone observou, em entrevista à imprensa, que há pelo menos 12 anos luta pela independência no país nesse setor. Quando prefeita de Três Lagoas (MS), cargo que exerceu entre 2005 e 2010, doou uma área de 50 hectares para a construção de uma fábrica de fertilizantes nitrogenados na cidade. Quando vice-governadora do MS (2011-2015), a Petrobrás assinou um contrato para a execução do projeto. Uma vez em operação, a indústria teria capacidade de reduzir em 50% a dependência do país em relação ao produto. “Com o ‘Petrolão’ [o esquema bilionário de corrupção na Petrobras], em 2016, tudo parou. No ano seguinte, em 2017, o contrato foi interrompido”, acrescentou a pré-candidata, observando que, ainda assim, 80% da obra já estão concluídos.
“O que me assusta é que a empresa que comprou a planta disse que não vai fazer fertilizantes nitrogenados”, acrescentou a pré-candidata. “Agora, é a hora de a Petrobrás mostrar o que significa para o país. Se a Petrobrás é do povo brasileiro, é hora de dizer que não vai entregar uma fábrica quase pronta para uma empresa russa que não vai resolver o nosso problema de fertilizantes. É hora de dizer ao povo que ela vai interromper o contrato, terminar essa fábrica por um custo baixo ou deixar processo parado, mas não entregar uma riqueza que é nossa. Isso é inaceitável, inadmissível, vai contra interesse nacional, contra os interesses da Petrobrás e contra tudo o que o povo brasileiro imagina sobre a estatal.”
Em relação aos combustíveis, Simone destacou a importância da participação da Petrobrás nos debates em curso no Senado para a elaboração dos projetos de lei que buscam atenuar o impacto da alta dos combustíveis. Ela observou que as propostas em discussão podem não ser as ideias, pois de alguma maneira bancam o uso de energia fóssil, mas são importantes neste momento, quando o preço do barril de petróleo atinge 110 dólares. Uma das propostas em andamento, notou Simone Tebet, pode reduzir em R$ 1,00 e R$ 1,20 o preço do litro do diesel.
Informações Assessoria de Comunicação