Integrantes da Acron, empresa que comprou Unidade de Fertilizantes Nitrogenados da Petrobras, desembarcaram nesta sexta-feira, 11, em Campo Grande.
MATO GROSSO DO SUL (MS) – Diretores do grupo russo Acron, os novos donos da UFN3 (Unidade de Fertilizantes Nitrogenados), desembarcaram em Campo Grande na tarde desta sexta-feira (11), e já anunciaram que pretendem retomar as obras em Três Lagoas a partir de julho. Há uma semana, o vice-presidente da Acron, Vladimir Kantor, confirmou a compra da UFN3 junto à Petrobras, embora a ministra da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Tereza Cristina, tenha cravado a venda há mais de duas semanas.
Em novembro do ano passado, a ministra Tereza Cristina esteve em Moscou com uma vasta pauta com os russos, como, por exemplo, elevar as exportações de carne bovina, suína e de aves, além de fechar os últimos detalhes da venda de frutas e, paralelamente, reuniu-se com diretores do grupo russo Acron para alinhar os últimos detalhes da venda da UFN3, que estava sob a chancela da Petrobras. As obras da UFN3 estavam paralisadas desde 2014, após a estatal brasileira ter feito R$ 3 bilhões em investimentos nas obras em Três Lagoas.
Assim que desembarcou em Campo Grande, no início desta sexta-feira, Vladimir Kantor foi direto para uma reunião no Parque da Prosa. Lá, ele se encontrou com o governador Reinaldo Azambuja e o prefeito de Três Lagoas, Ângelo Guerreiro, e anunciou – de forma oficial – que as obras de finalização da UFN3 serão retomadas a partir de julho deste ano. “Estamos muito interessados em estar presente em Mato Grosso do Sul. Gostaríamos de começar a trabalhar já em julho”, confirmou Vladimir Kantor.
A reunião também foi marcada pela criação um grupo de trabalho envolvendo o Governo do Estado, a Prefeitura de Três Lagoas e a Acron, com a finalidade de estabelecer os termos de acordo de concessão de benefícios fiscais para a retomada das obras da fábrica, que foram paralisadas em dezembro de 2014 com 81% de conclusão. As reuniões do grupo de trabalho começam na próxima semana. “Criamos um grupo de trabalho para organizar essa documentação. Em curto prazo, vamos chegar a um documento finalizado, assinado por nós e que vai permitir a continuidade das obras e dos investimentos por parte da Acron, com mais atividade econômica na região e mais oportunidades de emprego e renda para nossa gente”, destacou Reinaldo Azambuja.
Histórico
A construção da UFN3 em Três Lagoas teve início em 2009. No ano seguinte, um termo de acordo entre Estado e Prefeitura deu uma série de incentivos tributários para a Petrobras ativar a fábrica em Mato Grosso do Sul. Após a paralisação das obras e a saída da estatal brasileira do segmento de fertilizantes, em 2018, Estado e Prefeitura decidiram manter os benefícios fiscais aos compradores da planta industrial.
De acordo com o secretário de Meio Ambiente, Desenvolvimento Econômico, Produção e Agricultura Familiar (Semagro), o objetivo do Governo do Estado e da Prefeitura de Três Lagoas é manter os incentivos fiscais. “Nos comprometemos com essa manutenção para que os russos possam dar sequência aos investimentos. Agora, dado que o projeto vai ter algumas modificações em relação à ideia inicial, essas mudanças precisam ser inseridas no termo de acordo”, explicou o secretário Jaime Verruck, da Semagro.
Para a gerente executiva de gestão de portfólio do Petrobrás, Ana Paula Saraiva, as tratativas do grupo vão contribuir para a efetivação da venda da UFN3 da Petrobras para a Acron. “Temos toda intenção de concluir essa venda no prazo mais rápido possível”, frisou. Segundo o prefeito Angelo Guerreiro, a retomada dos investimentos na unidade de fertilizantes vai potencializar o desenvolvimento de Três Lagoas. “Isso para nós é muito importante. É geração de novos empregos, crescimento da economia e ganho para os produtores”, disse.
Já o secretário Eduardo Rocha, da Segov (Secretaria de Estado de Governo e Gestão Estratégica), destacou que o desenrolar do imbróglio da fábrica será benéfico para Mato Grosso do Sul. “Todas as partes estão de acordo com o negócio. Fechando o termo e vendo os itens que temos que colocar dentro desse acordo, acreditamos que até julho eles possam voltar às obras”, pontuou. Também participaram da reunião os secretários Eduardo Riedel (Infraestrutura) e Lauri Kener (adjunto da Fazenda), além do superintendente de Indústria e Comércio da Semagro, Bruno Bastos, e de demais integrantes das diretorias da Acron e da Petrobras.