Entrevista com representantes do setor imobiliário em Ribas do Rio Pardo requer tempo: a toda hora celular vibra e as ligações para fechar negócios pipocam. O tal “boom” imobiliário, anglicismo para definir desenvolvimento acelerado, corre de boca em boca.
E, no município a 103 quilômetros de Campo Grande, não resta dúvida de que não se trata apenas de uma força de expressão: endinheirados de todo País buscam seu quinhão de terra no município sede da fábrica de celulose que vai movimentar bilhões.
O efeito adverso é o valor abusivo e quem perde o teto porque o locatário encerra contratos em busca de aluguéis mais polpudos. Com déficit de três mil moradias, as novas construções se aceleram e uma das técnicas é a “casa de isopor”, erguida na metade do tempo da versão tradicional.
A escalada dos preços pode ser medida no Bairro Estoril, que cresce na margem direita da BR-262, sentido Água Clara, e cria a “Ribas do Rio Pardo nova”. Desde 2000, o avanço da urbanização já fez surgir os bairros Estoril 1,2,3 e 4, além do Altos do Estoril.
De acordo Fábio Silva de Úngaro, proprietário da VM Imóveis, até o mês de dezembro de 2020, era possível comprar terreno de 360 metros quadrados por R$ 18 mil. Em janeiro, o preço chegava até a R$ 35 mil. Agora, no mês de setembro, o custo alcança a média de R$ 80 mil.
Os terrenos se destinam à revenda e à construção de quitinete. O pagamento é à vista. Antes da corrida imobiliária, os clientes eram investidores eventuais e construtores do programa de habitação do governo federal.
**CAMPO GRANDE NEWS