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Mão de obra é importada e empresas fazem sorteio para atrair operários

Geral – 10/01/2012 – 11:01

Com o déficit crescente de mão de obra qualificada em Mato Grosso do Sul, a solução é importar trabalhadores de outros de outros estados e até países. Após crescer 106,81% no ano passado em relação a 2010, de 11 mil para 22.750 nos principais setores econômicos do Estado, o déficit deve aumentar, de novo, neste ano. Preocupadas com a situação, algumas empresas chegam a realizar sorteios de eletrodomésticos para atrair novos funcionários.

O crescimento econômico de MS é apontado como responsável pelo déficit de trabalhadores. “O Estado se desenvolveu muito. Infelizmente, hoje a solução é trazer gente de fora. Temos que continuar capacitando aqui, mas vamos ter que seguir trazendo profissionais”, admitiu a secretaria Estadual de Desenvolvimento Agrário, da Produção, da Indústria, do Comércio e do Turismo, Tereza Cristina Corrêa da Costa Dias. Ela até prevê aumento no déficit neste ano.

O setor mais afetado continua sendo a construção civil, com aproximadamente 7,4 mil vagas abertas no Estado, 3 mil somente em Campo Grande. A dificuldade chegou a tal ponto que a MRV Engenharia, responsável por três empreendimentos na cidade e que necessita urgentemente de 400 novos trabalhadores, está realizando promoções para preencher as vagas, com direito a sorteios de bicicletas, um fogão, uma TV 20″ e uma máquina de lavar.

“Foi uma iniciativa com objetivo de potencializar o anúncio de vagas”, comentou Ricardo Mendes, supervisor de obras na Capital. Somente no primeiro dia da campanha, realizada último sábado, mais de 400 pessoas se inscreveram, e ainda passarão por triagem. Mesmo com a grande procura, já está marcado para o próximo sábado, no Horto Florestal, uma nova etapa do sorteio.

Com o problema no quadro de funcionários, a MRV opta por importar mão de obra e capacitar os funcionários dentro do próprio canteiro de obras, através de uma escola de qualificação interna. O eletricista Valdinei Santana Ferreira Gonçalves, 29 anos, se enquadra nos dois quesitos: veio de Poconé (MT) para Campo Grande, e se qualificou na própria obra, começou como auxiliar de obra e acabou se tornando eletricista. “Fiz o curso pela empresa mesmo, eles me ajudaram a pagar”, relatou. Gonçalves ganha, segundo ele mesmo, no mínimo R$ 1,3 mil por 8h de trabalho diário, mais a produtividade. “A vida tá bem melhor hoje”, diz, rindo.

Dos trabalhadores de fora, a maioria vem dos estados do Maranhão, Sergipe e Piauí. “Em Ponta Porã é cada vez maior o número de paraguaios trabalhando”, comentou Samuel Freitas, presidente licenciado do Sindicato dos Trabalhadores da Construção Civil de MS (Sintracom/MS).

Fonte: Correio do Estado

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