Repórteres Sem Fronteira afirma que desde que o presidente Jair Bolsonaro assumiu o poder o ambiente para o trabalho de jornalistas se tornou tóxico. Em dois anos, o país perdeu seis posições no ranking e está em 111º lugar.
20/04/2021 12h21
Por: Gabrielle Borges
O Brasil caiu quatro posições e ficou em 111º lugar no ranking mundial da Liberdade de Imprensa da organização Repórteres Sem Fronteiras, divulgado nesta terça-feira (20).
> O país entrou em uma zona vermelha do ranking, ou seja, para a organização, a situação da imprensa no país é difícil.
A entidade separa a situação de cada em cinco cores relativas ao nível de liberdade de imprensa, que são branca (muito boa), amarela (boa), laranja (problemática), vermelha (difícil) e preta (muito grave).
O texto de apresentação do ranking descreve o ambiente para o trabalho dos jornalistas como tóxico desde que o presidente Jair Bolsonaro assumiu o poder, em 2019 (naquele ano, o país já havia caído duas posições no ranking).
Para a organização, os ataques ficaram mais intensos com a pandemia de coronavírus –o presidente dissemina informações falsas e acusa a imprensa de ser a responsável pelo “caos no país”.
O relatório cita o consórcio da imprensa formado para dar transparência a dados de Covid-19, do qual o G1 faz parte: “Diante das mentiras compulsivas do presidente e da falta de transparência do governo quanto à gestão sanitária, uma aliança inédita reunindo os principais meios de comunicação do país foi criada em junho de 2020, com o objetivo de obter informações diretamente de autoridades locais nos 26 estados do país e no Distrito Federal, para elaborar e comunicar seus próprios boletins”.
A Noruega é o país onde há mais liberdade de imprensa pelo quinto ano consecutivo. Em segundo, ficou a Finlândia.
Os Estados Unidos ficaram em 44º —no último ano do mandato de Donald Trump, houve um número recorde de agressões (cerca de 400) e prisões de jornalistas (130), de acordo com o US Press Freedom Tracker.