Março registrou a menor diferença entre nascimentos e mortes dos últimos anos. Isso se deu principalmente pela explosão de óbitos neste que foi o mês mais mortal da pandemia.
08/04/2021 07h55
Por: Gabrielle Borges
Pesquisadores que estudam a população brasileira dizem que abril pode ficar marcado por um fato inédito causado pela pandemia – pela primeira vez na história, o país pode registrar mais mortes que nascimentos em um mês.
Mesmo nas últimas décadas, com famílias menos numerosas, o país continuou crescendo, mas com uma diferença: o número de nascimentos começou a cair de forma gradual. Ou seja, a diferença entre nascimentos e óbitos passou a ficar cada vez menor.
A previsão do IBGE era de que essas duas linhas se cruzassem apenas em 2047, mas, no meio desse caminho, apareceu a pandemia.
Para especialistas em demografia, os impactos no sistema de saúde e na economia influenciam as decisões das famílias, o que reduz a taxa de natalidade.
Para o médico e neurocientista Miguel Nicolelis esse é mais um sinal do descontrole da pandemia no país. Ele afirma que, já em março, algumas regiões registraram mais óbitos do que nascimentos – é o caso do Rio Grande do Sul.