27.9 C
Três Lagoas
quinta-feira, 6 de março, 2025

Entenda o projeto de lei que tem sido chamado nas redes de “bolsa estupro”

O Estatuto da Gestante prevê um auxílio para filhos de mulheres vítimas de estupro e proibição do aborto, indo na contramão da Constituição

24/03/2021 09h23
Por: Gabrielle Borges

Nesta terça-feira, 23, o termo “bolsa estupro” ganhou as redes sociais. Isso porque internautas ficaram revoltados com um projeto de lei que prevê um auxílio financeiro para o filho de mulher vítima de estupro, além de proibir o aborto apesar dele ser previsto pela Constituição Federal.

O Projeto de Lei 5435/2020 foi criado pelo senador Eduardo Girão (Podemos-CE) – que intitulou o PL de “Estatuto da gestante” – e, para entender melhor o que ele realmente propõe, conversamos com Isabela Del Monde, advogada e Coordenadora do Me Too Brasil.

No artigo oitavo do PL se diz: “É vedado a particulares causarem danos a criança por nascer em razão de ato ou decisão de qualquer de seus genitores”. Aqui, Isabela pontua que o senador se refere ao feto como “criança por nascer” o que já reforça a ideia de que, para ele, o aborto é um assassinato.

A polêmica que criou o apelido “bolsa estupro” está relacionada ao penúltimo artigo do projeto que diz que: “Na hipótese de a gestante vítima de estupro não dispor de meios econômicos suficientes para cuidar da vida, da saúde, do desenvolvimento e da educação da criança, o Estado arcará com os custos respectivos de um salário-mínimo até a idade de 18 anos da criança, ou até que se efetive o pagamento da pensão alimentícia por parte do genitor ou outro responsável financeiro especificado em Lei, ou venha a ser adotada a criança, se assim for a vontade da gestante, conforme regulamento”.

Vale ressaltar que o artigo não coloca a periodicidade desse salário-mínimo e não cria nenhum tipo de regulamentação para esse fundo financeiro – e, oficialmente, não existe o termo bolsa estupro no projeto. “É um projeto de lei tecnicamente péssimo porque ele afronta leis que já estão em vigor no Brasil e ele é antijurídico na medida que ele não propõe alterações nelas”, diz Isabela.

Atualmente, este projeto de lei está aguardando a Senadora Simone Tebet relatar e o apresentar para votação no Senado. Sua última tramitação foi no dia 04 de março. “O próprio Senado faz uma enquete pública sobre projetos de lei, então a gente tem que relembrar os senadores que eles são funcionários do povo brasileiro e o povo brasileiro já se manifestou sobre o assunto em consulta oficial promovida pelo próprio Senado”, alerta Isabela. Até o fechamento desta matéria, dentro do site do Senado, havia 31.406 votos negativos para a PL 5435/2020 e 799 positivos.

(Foto: NurPhoto via Getty Images)

Deu na Rádio Caçula? Fique sabendo na hora!
Siga nos no Google Notícias (clique aqui).
Quer falar com a gente? Estamos no Whatsapp (clique aqui) também.

Veja também

Dorival Júnior convoca 23 jogadores para os jogos contra Colômbia e Argentina pelas Eliminatórias

O técnico da seleção brasileira, Dorival Júnior, divulgou nesta quinta-feira (6) a lista dos 23 convocados para os jogos contra Colômbia e Argentina, válidos...

Deputado Dr. Luiz Ovando Reforça Investimentos na Saúde e Apoio às Famílias Vulneráveis

Nesta última semana, o deputado federal e médico Dr. Luiz Ovando reafirmou seu compromisso com a saúde pública e a assistência social em Mato...

Proposta da ALEMS estabelece medidas para prevenir importunação sexual em eventos

A Assembleia Legislativa de Mato Grosso do Sul (ALEMS) tem se empenhado na criação e aprovação de legislações voltadas ao combate à importunação sexual...